04/Jul/2023
O cenário não poderia estar mais positivo para a Shein ao fim da semana passada. Depois de anunciar uma parceria com a Companhia de Tecidos Norte de Minas (Coteminas) para fabricar suas roupas no Brasil, a empresa ainda se registrou junto aos reguladores norte-americanos para uma oferta pública inicial (IPO) de ações na Bolsa de Nova York. Como se não bastasse, o governo anunciou, no dia 30 de junho, a isenção de imposto de importação para compras de até US$ 50,00 em sites estrangeiros. A junção de todos esses fatores cria um cenário competitivo positivo para a empresa chinesa. De um lado, a parceria com a Coteminas sinaliza ao governo investimento em indústrias locais, além de criar uma narrativa de regularização da empresa.
O anúncio foi feito pelo presidente da varejista digital, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e pela governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra. Haverá investimento de US$ 150 milhões para treinamento, produção e fábricas. Em outra frente, a possível entrada de capital na Shein a faria ainda mais agressiva em crescimento. Caso o IPO seja realizado, a injeção de capital na companhia tornará ela ainda mais competitiva, podendo impactar negativamente as varejistas de vestuário brasileiras, especialmente C&A, Lojas Renner e Guararapes, afirma a Genial Investimentos. Por fim, o anúncio de isenção de imposto de importação para compras de até US$ 50 em sites de comércio eletrônico é outro trunfo da Shein. Para o Citi, a notícia de que o Ministério da Fazenda vai zerar a alíquota do imposto de importação para essas compras foi uma surpresa negativa para as empresas nacionais de varejo.
O governo afirma que a mudança visa incentivar as plataformas de comércio eletrônico estrangeiras a aderirem voluntariamente ao programa “Remessa Conforme”, que visa facilitar a cobrança de impostos em transações internacionais. Isso deve permitir que o governo monitore melhor essas empresas. Embora esses esforços sejam positivos a longo prazo devido à melhoria na supervisão do governo e à competitividade mais igualitária, também observa-se que as empresas terão que pagar a taxa de imposto estadual de 17%, independentemente do tamanho do pedido, não era esperado o incentivo de isenção de compras de US$ 50,00 (a alíquota do imposto de importação é atualmente de 60%). Analistas estimam que os consumidores continuarão a comprar produtos no exterior a preços muito mais baixos e preservando, em certa medida, a competitividade das plataformas estrangeiras. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.