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05/Jul/2023

Preços do algodão pressionados no mercado interno

As cotações domésticas do algodão em pluma recuaram em junho, voltando aos patamares observados em meados de outubro/2020. A pressão veio dos menores valores observados para a pluma posta na Ásia e da desvalorização do dólar, que reduziram a paridade de exportação. No mercado interno, a demanda segue enfraquecida, com indústrias adquirindo novos lotes apenas quando há necessidade. As estimativas de que a nova safra seja volumosa reforçam a pressão sobre os valores domésticos. Em geral, mesmo que ainda haja dificuldade em acordar preço e/ou qualidade entre comprador e vendedor, o maior impasse está no desempenho das vendas ao longo da cadeia, o que limita as negociações no spot e mantém players apreensivos para realizar contratos a termo envolvendo grandes volumes. Boa parte dos produtores tem se mantido afastada de novas negociações, diante do mercado baixista. No campo, segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), foram colhidos 4,21% da área estimada no Brasil. Entre 31 de maio e 30 de junho, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, recuou expressivos 12,51%, fechando a R$ 3,59 por libra-peso no dia 30 de junho.

Nos últimos sete dias, especificamente, o Indicador registra queda de 5,24%, a R$ 3,58 por libra-peso, o menor valor nominal desde 15 de outubro de 2020 (R$ 3,56 por libra-peso). Ainda assim, em junho, a média do Indicador foi de R$ 3,94 por libra-peso, 0,54% acima da média de maio/2023, mas 46,64% menor que a de junho/2022, em termos nominais. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 3,69 por libra-peso (77,16 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e R$ 3,70 por libra-peso (77,38 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, os contratos de vencimentos mais longos acumularam alta em junho, sobretudo nos últimos dias do mês, impulsionados pela valorização do petróleo, pelo aumento da demanda e pela expectativa de menor área norte-americana. Entre 31 de maio e 30 de junho, o vencimento Julho/2023 se desvalorizou 0,77%, a 82,84 centavos de dólar por libra-peso.

O contrato Outubro/2023 avançou 1,58%, a 81,58 centavos de dólar por libra-peso; o Dezembro/2023, 1,13%, a 80,37 centavos de dólar por libra-peso; e o Março/2024, 0,87%, a 80,25 centavos de dólar por libra-peso. Dados divulgados no dia 30 de junho pelo Cotton Outlook indicam que a produção mundial da safra 2023/2024 está estimada em 25,93 milhões de toneladas, 2,73% maior que o volume apontado em maio/2023 e 3,13% acima da temporada 2022/2023 (25,142 milhões de toneladas). Quanto ao consumo mundial, houve aumento de 0,58% no comparativo mensal e elevação de 4,98% frente ao da safra 2022/2023, indo para 24,253 milhões de toneladas na temporada 2023/2024. Nesse cenário, a oferta mundial está 6,91% acima da demanda. Para o Brasil, especificamente, a produção na temporada 2022/2023 foi reajustada para 3 milhões de toneladas em junho/2023, elevação de 3,45% frente ao relatório do mês anterior. Assim, o volume da safra 2023/2024 deve ficar 6,67% inferior ao da temporada passada, totalizando 2,8 milhões de toneladas, enquanto o consumo nacional pode ser ampliado para 700 mil toneladas (+3,7%). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.