14/Jul/2023

Os preços do algodão no disponível subiram por sete dias consecutivos depois de operarem nos menores patamares desde meados de outubro de 2020. O impulso vem da posição mais firme do vendedor, que está atento à sustentação da paridade de exportação. O preço nacional do algodão está abaixo do registrado para o mercado externo desde o dia 26 de junho, chegando a ficar quase 9% inferior no dia 6 de julho. Muitos vendedores se afastaram do spot nacional, aguardando preços mais atrativos para novas negociações. Nos últimos sete dias, os futuros de algodão negociados na Bolsa de Nova York registram alta de 1,77%.

No Brasil, com o avanço da colheita, os vendedores passaram a se concentrar nas atividades de campo, no beneficiamento e no cumprimento de contratos a termo, com pouco interesse em fechar novos contratos no spot. Os compradores, por sua vez, diante das vendas ainda enfraquecidas, negociam somente 'da mão para a boca'. Quanto às negociações futuras, além de alguns lotes pontuais envolvendo a pluma da safra 2021/2022, a liquidez maior é para o produto das duas próximas temporadas (2022/2023 e 2023/2024). Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), as negociações de pluma em Mato Grosso seguem atrasadas em relação a igual período das safras anteriores. A comercialização da safra 2022/2023 em junho atingiu 69,78%, estando a 5,93% atrás do registrado em igual período da safra 2021/2022.

O ritmo das negociações observado em junho foi o maior dos últimos cinco meses, com avanço mensal de 3,12%, a um preço médio de R$ 133,07 por arroba (-6,10% ante maio). A melhor evolução é reflexo da mudança de conduta dos produtores, que aguardam cotações mais atrativas para fecharem novas vendas, uma vez que, com o início da colheita, os preços tendem a ser ainda mais pressionados. Quanto à safra 2023/2024, com as incertezas quanto à economia mundial e a falta de fundamentos que sinalizem elevação das cotações, os produtores têm optado por travar novas negociações neste momento. Com isso, em junho a comercialização do ciclo atingiu 23,21%, com avanço mensal de 3,35%. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.