26/Jul/2023
Segundo o Commerzbank, os preços do algodão na Bolsa de Nova York tiveram ganhos expressivos na semana passada, impulsionados pela valorização do petróleo nas bolsas internacionais e pelo clima quente e seco na China e nos Estados Unidos. O combustível fóssil fortalecido aumenta a competitividade da fibra natural ante a sintética, feita com polímeros do petróleo, o que tende a elevar a demanda pela pluma. As cotações subiram quase 12% desde a baixa no fim de junho. Os futuros do algodão devem permanecer sustentados. Na China, a seca e as altas temperaturas podem levar a uma quebra de safra. O país é o maior produtor e consumidor mundial. Presumivelmente, é também por isso que a autoridade chinesa competente anunciou na semana passada que o algodão seria liberado das reservas estatais no fim de julho.
Pouco antes, o Ministério da Agricultura da China pediu aos produtores de algodão domésticos que irrigassem e fertilizassem mais suas plantações, para que as plantas pudessem lidar melhor com as altas temperaturas. No dia 21 de julho, a China havia anunciado cotas adicionais de importação para empresas não estatais. Dois dias antes, o Ministério da Agricultura havia reduzido sua previsão de importação de algodão na atual safra 2022/2023 em 400 mil toneladas, para 1,45 milhão de toneladas, explicando que isso se devia à menor demanda das empresas têxteis. Nos Estados Unidos, principal exportador da commodity, o clima continua quente e seco. Ainda assim, as plantações parecem ter um estado satisfatório.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que 46% da safra de algodão tinha condição boa ou excelente até o dia 23 de julho, melhora de 1% na semana. Um ano antes, essa parcela era de 34%. No Texas, principal Estado produtor dos Estados Unidos, o número correspondente foi de apenas 24%, porém, com 40% das lavouras classificadas como ruins ou muito ruins. É perfeitamente possível, portanto, que o USDA tenha que revisar para baixo sua previsão de safra nos Estados Unidos. Até o momento, tem se assumido uma melhora de 14% em relação ao ano anterior, porque a taxa de abandono deve ser visivelmente menor. No entanto, essa suposição pode ser excessivamente otimista, dadas as condições climáticas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.