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28/Jul/2023

Preços do algodão continuam avançando no Brasil

Os preços do algodão estão em trajetória de alta no mercado brasileiro, com ganho acumulado de 8,92% em julho, acompanhando a disponibilidade ainda baixa da fibra da safra 2022/2023, que está sendo colhida e beneficiada, e as elevações sucessivas nos preços internacionais. Os produtores seguem firmes em suas posições, atentos às atividades de campo e ao cumprimento de contratos a termo, especialmente devido ao fato de a maioria deles ter valores superiores aos praticados no spot nacional. Além disso, os valores externos seguem dando sustentação no mercado interno. Na Bolsa de Nova York, nos últimos oito pregões, a alta acumulada é de 8,26%. Os preços internacionais foram impulsionados também pelas condições climáticas muito quentes e secas que retornaram ao Texas e ao Sudoeste dos Estados Unidos. O calor tem sido extremo. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que 46% da safra de algodão do país tinha condição boa ou excelente até o dia 23 de julho, melhora de 1% na semana.

Apesar do clima adverso no país, as lavouras estavam em situação bem melhor do que um ano antes, quando essa parcela era de 34%. No Brasil, tradings estão mais atuantes na aquisição de algodão diante da melhora na demanda externa e do desempenho das exportações, além dos preços mais atrativos, mas indústrias locais seguem cautelosas nas compras diante das vendas fracas de manufaturados no País. Apesar da alta nas cotações, a liquidez é baixa no mercado de pluma brasileiro, com apenas alguns fechamentos de acordos envolvendo tanto a pluma remanescente da safra 2021/2022 quanto a da temporada 2022/2023. Conforme levantamento da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), 17,03% da safra brasileira 2022/2023 foi colhida até 20 de julho. Mato Grosso, o maior produtor, tem 11% colhido. Bahia, o segundo maior, tem 30% da colheita concluída. Paraná tem 98% do algodão colhido, e São Paulo, 91%. Piauí já finalizou 57% dos trabalhos de campo, Goiás, 38,28%, Minas Gerais, 26%, Maranhão, 25,9%, e Mato Grosso do Sul, 24,4%. Segundo a Abrapa, 5,61% da safra brasileira já está beneficiada.

Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), o Custo Operacional Efetivo (COE) do algodão para a safra 2023/2024 em Mato Grosso ficou em R$ 14.608,62 por hectare em junho, queda 1,58% em relação a maio e 20,82% abaixo do registrado na safra 2022/2023. Na comparação com maio, o recuo foi puxado pela queda em fertilizantes e corretivos, de 3,56%, influenciada pelo recuo de 4,17% em macronutrientes. Em relação à safra anterior, o recuo foi puxado pela diminuição de 17,26% no custeio, reflexo da desvalorização de 34,10% nas despesas com os macronutrientes. Considerando a mesma produtividade da pluma da safra passada, de 121,62 arrobas por hectare, é necessário que o produtor negocie a sua fibra a pelo menos R$ 120,12 por arroba para cobrir o custo operacional efetivo. A diferença do preço negociado e do Ponto de Equilíbrio tem ficado cada vez menor, devido às baixas registradas nas cotações da fibra nos últimos meses, sendo um ponto de atenção para a margem dos produtores que estão segurando a venda de sua pluma à espera de preços melhores. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.