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02/Aug/2023

Preços do algodão em alta no mercado doméstico

Os preços do algodão em pluma subiram na maior parte de julho, após iniciarem o mês nos menores patamares nominais desde meados de outubro/2020. Mesmo assim, a média mensal fechou no patamar mais baixo dos últimos três anos, em termos reais. Os preços internos ficaram, inclusive, inferiores à paridade de exportação, o que não é comum. Com isso, os vendedores permaneceram firmes em suas pedidas, influenciados pelos maiores valores internacionais, contribuindo para a recuperação parcial dos preços. Comerciantes seguem buscando fechar “negócios casados” e/ou compram algodão para cumprimento de suas programações.

Indústrias permanecem adquirindo pluma mediante necessidade e/ou para repor estoques. Além disso, empresas têm expectativa de melhora nas vendas dos manufaturados, que continuam em ritmo lento. Quanto às negociações futuras, em julho, foram captados fechamentos tanto a valores fixos como a serem fixados posteriormente. Em relação às vendas externas, além do maior ritmo de embarques, a comercialização para exportação remunerou mais que as vendas internas em alguns períodos do mês, atraindo vendedores para o fechamento de negócios para as safras 2022/2023 e 2023/2024, bem como para lotes remanescentes da temporada 2021/2022.

Tradings entraram no mercado para adquirir novos lotes, o que influenciou o aumento da demanda. Na maioria dos casos, chegaram a pagar valores superiores às ofertas de compradores nacionais para realizar novas aquisições. Além disso, agentes aproveitaram as altas dos vencimentos na Bolsa de Nova York para fixar contratos a termo que estavam em aberto. Entre 30 de junho e 31 de julho, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, subiu significativos 9,73%, fechando a R$ 3,94 por libra-peso, a maior alta registrada em um acumulado de mês desde agosto/2022 (+12,08%). Nos últimos sete dias, o Indicador registra alta de 1,89%.

Ainda assim, a cotação interna ficou, em média, 2% inferior à paridade de exportação em julho. A média mensal de julho fechou a R$ 3,80 por libra-peso, 3,55% abaixo da média de junho/2023 e 32,19% inferior à de julho/2022. Trata-se também da menor média mensal desde julho/2020, quando foi de R$ 3,73 por libra-peso, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IGP-DI de junho/2023). Em julho/2023, as negociações para exportação com embarques no segundo semestre de 2023 apresentam média de 86,95 centavos de dólar por libra-peso, considerando-se os valores FOB no Porto de Santos (SP). Os negócios envolvendo exclusivamente a pluma da safra 2022/2023 registram média de 87,68 centavos de dólar por libra-peso. Para 2023/2024, a média de negociação foi de 81,22 centavos de dólar por libra-peso em julho.

A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 3,90 por libra-peso (82,46 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 3,91 por libra-peso (82,68 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, os contratos acumularam alta. Entre 30 de junho e 31 de julho, o vencimento Outubro/2023 subiu 4,73%, a 85,44 centavos de dólar por libra-peso; o Dezembro/2023, 5,41%, a 84,72 centavos de dólar por libra-peso; o Março/2024, 5,61%, a 84,75 centavos de dólar por libra-peso; e o Maio/2024, 5,44%, a 84,71 centavos de dólar por libra-peso. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.