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09/Aug/2023

Preços do algodão sustentados no início de agosto

Depois da alta significativa no acumulado de julho, a cotação do algodão vem operando próxima da estabilidade neste início de agosto, variando de R$ 3,95 por libra-peso a R$ 3,98 por libra-peso. A liquidez está limitada, sobretudo devido ao desacordo sobre preços entre compradores e vendedores. Os compradores estão ativos apenas para volumes pequenos, negociando pontualmente. As indústrias estão cautelosas em realizar novos contratos, uma vez que usam a pluma de programações e/ou de estoques. Além disso, as empresas estão focadas nas vendas de seus manufaturados, que seguem abaixo do esperado. Apenas algumas indústrias da Região Nordeste que vêm retomando as compras nos últimos dias, especialmente de lotes de melhor qualidade. Os produtores, por sua vez, mostram preferência em realizar novos contratos com as tradings, diante da maior atratividade, seja para o mercado interno e/ou para exportação.

Parte dos produtores segue fora de mercado, aguardando melhores oportunidades de venda e/ou focados nos cumprimentos de contratos a termo. Outros, no entanto, buscam liquidar o volume da safra 2021/2022 e/ou “fazer caixa”, visando arcar com as despesas neste início da nova temporada. O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra avanço de 0,35% nos últimos sete dias, cotado a R$ 3,96 por libra-peso. Entretanto, a valorização do dólar elevou de forma mais intensa a paridade de exportação neste início de agosto. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 4,07 por libra-peso (83,14 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 4,08 por libra-peso (83,36 centavos de dólar por libra-peso) no de Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente.

Na Bolsa de Nova York, o vencimento Outubro/2023 apresenta alta de 1,1% nos últimos sete dias, a 86,38 centavos de dólar por libra-peso; o Dezembro/2023, tem avanço de 0,73%, a 85,34 centavos de dólar por libra-peso; o Março/2024, 0,83%, a 85,45 centavos de dólar por libra-peso; e o Maio/2024, alta de 1,04%, a 85,59 centavos de dólar por libra-peso. Dados deste mês do Comitê Consultivo Internacional do Algodão (Icac) estimam a produção mundial da safra 2023/2024 em 26,53 milhões de toneladas, 7,49% acima da anterior e o maior volume desde a temporada 2017/18, quando chegou a 27 milhões de toneladas. Por outro lado, o consumo mundial de algodão deve cair 2,22% frente à temporada 2022/2023, para 24,411 milhões de toneladas, e pode ficar 8% inferior à oferta. Mesmo assim, projeta-se aumento de 12,9% nas transações externas, para 9,524 milhões de toneladas.

Entretanto, o estoque final deve somar 22,322 milhões de toneladas, com elevação de 10,47% em relação à temporada 2022/2023. Esse avanço deve limitar possíveis recuperações de preços da pluma na média do ano-safra 2023/2024. A média do Índice Cotlook A deve ser de 85,00 centavos de dólar por libra-peso para a temporada 2023/2024, variando de 66,00 centavos de dólar por libra-peso a 109,00 centavos de dólar por libra-peso, contra a média de US$ 101,58 centavos de dólar por libra-peso em 2022/2023. Para o Brasil, especificamente, a produção está projetada 2,5% maior que a temporada 2022/2023, em 3,096 milhões de toneladas. As exportações devem subir expressivos 48,46% no mesmo comparativo, chegando a 2,045 milhões de toneladas na safra 2023/2024. O consumo interno é esperado em 662 mil toneladas, o menor desde a temporada 2019/2020, quando ficou em 570 mil toneladas. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.