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25/Aug/2023

Preços do algodão oscilando e negociação é lenta

A valorização dos preços do algodão perdeu ritmo nos últimos dias, assim como as negociações para pronta entrega. O Indicador Cepea/Esalq com pagamento em 8 dias está cotado a R$ 4,02 por libra-peso. Na parcial deste mês, o ganho ainda é de 1,99%. Diante das recentes quedas no preço externo e na paridade de exportação, o ritmo de negócios envolvendo algodão está lento no Brasil, e os valores da pluma registram pequenas variações diárias. Os produtores estão focados na colheita, no beneficiamento e na entrega de contratos a termo, enquanto os compradores realizam novas negociações apenas para necessidades imediatas e/ou reposição de estoques. O certificado do primeiro lote de algodão chancelado pelo Programa de Qualidade do Algodão Brasileiro (certificação voluntária/autocontrole, desenvolvido pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão, em parceria com o Ministério da Agricultura) foi entregue na terça-feira (22/08) pelo ministro Carlos Fávaro à indústria têxtil internacional China Corporation Limited, a Chinatex.

A certificação oficial atesta a veracidade dos laudos de High Volume Instrument (HVI) emitidos pelos laboratórios brasileiros, dando ao comprador a segurança de que as amostras analisadas, e que serviram de referência para a comercialização do produto, correspondem e representam os fardos adquiridos e que a análise à qual foram submetidas respeitou os padrões internacionais. O Brasil possui 12 laboratórios que somam 74 máquinas HVI, integrantes do programa de qualidade Standard Brasil HVI (SBRHVI), da Abrapa. O lote entregue à Chinatex foi produzido em Mato Grosso e pesa 200 toneladas. O documento oficial, de mais de 30 páginas, com os índices das características intrínsecas daquele algodão, afirma que os fardos descritos foram amostrados e avaliados por instrumento de alto volume sob sistema de identificação, rastreabilidade, controle e monitoramento do Ministério da Agricultura. A Chinatex é a maior compradora de algodão no país asiático.

O conglomerado consome em torno de 2 milhões de toneladas de pluma importada ao ano e responde por uma cadeia integrada na produção têxtil, com fiação, tecelagem, além de exportação e importação de produtos acabados. Nos últimos cinco anos, a companhia comprou 400 mil toneladas de algodão do Brasil. Para a Abrapa, a certificação oficial é um reconhecimento da qualidade do algodão brasileiro. O País já produz um dos melhores algodões do mundo, e, agora, a análise e a amostragem da pluma estão chanceladas pelo Governo Federal. Isso é segurança para os clientes, dentro do Brasil e nos mercados internacionais. A parceria com o Ministério da Agricultura fez o setor ser pioneiro no ‘autocontrole’ no País e, para tanto, um grande esforço foi feito em capacitação de inspetores. Em Mato Grosso, maior produtor, a estimativa de julho do Custo Operacional Efetivo (COE) do algodão para a safra 2023/2024, divulgada pelo Projeto Rentabilidade, Senar-MT, ficou em R$ 14.235,72 por hectare, 22,85% menor que o da safra 2022/2023.

Esse cenário foi pautado pela diminuição das despesas com os macronutrientes, visto que representam 21,04% do COE. O recuo significativo nos preços dos insumos entre as safras foi pautado pelos altos patamares de preços registrados na safra 2022/2023, visto que as atuais cotações dos produtos estão em linha com as do ciclo 2021/2022. Em Mato Grosso, a colheita do algodão da safra 2022/2023 avançou 13,62% no comparativo semanal, atingindo 60,72% da área estimada para a temporada até o dia 18 de agosto. Cabe destacar que o atraso na semeadura do algodão, em conjunto com o prolongamento das chuvas, que estendeu o ciclo da cultura, refletiu em um atraso nos trabalhos a campo desta temporada, que estão 28,84% atrás aos do mesmo período da safra 2021/2022. A colheita está próxima ao registrado na safra 2020/2021, ciclo em que o ritmo da semeadura foi semelhante ao observado nesta safra. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.