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11/Sep/2023

Preços do algodão em alta e comercialização lenta

A comercialização no mercado interno de algodão segue em ritmo lento no spot, com agentes retraídos, focados no cumprimento de acordos fechados anteriormente, sobretudo para exportação. A baixa quantidade de pluma disponível para novos negócios contribui para a alta de preços da commodity. O Indicador Cepea/Esalq com pagamento em 8 dias registra alta acumulada no mês de 1,17%. Os preços da pluma subiram pelo terceiro mês consecutivo em agosto, na base de 2,51%, apesar do avanço na colheita da safra 2022/2023. Atentos ao campo e priorizando a entrega de contratos a termo, os produtores estiveram afastados do mercado spot. Os produtores ativos estiveram firmes nos preços pedidos nas novas negociações, fundamentados nas valorizações externas. Do lado da demanda, agentes de indústrias indicaram reação no desempenho das vendas ao longo da cadeia têxtil, o que já levou algumas fábricas a demandarem mais volumes de matéria-prima.

Assim, compradores com mais necessidade precisaram ceder e pagar os valores pedidos por vendedores, especialmente para a pluma de qualidade superior. Em Mato Grosso do Sul, a comercialização é lenta no disponível. Os lotes que chegam são endereçados aos contratos futuros, feitos anteriormente, para exportação. O algodão colhido está indo para o cumprimento dos acordos. De acordo com dados da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), 88% da safra já havia sido colhida e 36% beneficiada, o que mostra o percentual de baixa quantidade de fibra beneficiada no mercado. Os lotes que estão sendo entregues atualmente foram firmados entre 85,00 e 90,00 centavos de dólar por libra-peso. Nos últimos dias, o mercado está parado. Praticamente, não há procura nenhuma por compradores e nem a oferta por produtores. Eles estão olhando os embarques para exportação e a colheita das lavouras. Com isso, as negociações seguem lentas.

O cenário se repete em São Paulo. O mercado interno está bastante apático no momento. As fábricas estão retraídas em virtude da baixa venda de fios. As poucas propostas são na base Cepea. As poucas movimentações destinam-se à exportação. Os volumes embarcados foram negociados a 300 pontos acima do contrato dezembro da Bolsa de Nova York. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) elevou sua estimativa para a safra 2022/2023, que está sendo colhida, em 3,9% de 3,031 milhões de toneladas de algodão em pluma para recorde de 3,15 milhões de toneladas. Se confirmada, a produção será 23,3% maior na comparação com o colhido na temporada anterior, de 2,55 milhões de toneladas. O clima contribuiu com o desenvolvimento das lavouras e com a produtividade. As condições climáticas foram favoráveis em todas as regiões produtoras. Houve uma melhora no rendimento da pluma e um percentual maior de pluma aproveitada em relação ao caroço.

A colheita avançou ao longo de agosto em virtude do clima mais seco nas principais regiões produtoras, atingindo 87,2% da área colhida até o dia 1º de setembro. Os outros 12,8% plantados estavam em maturação. Em Mato Grosso, o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) elevou a sua estimativa de produção para o algodão plantado no Estado na safra 2022/2023 em 3,39% para 5,52 milhões de toneladas de algodão em caroço previstas em seu relatório mensal de oferta e demanda. Se confirmada, a safra será 26,09% superior ao colhido na temporada passada. Em pluma, espera-se colheita de 2,3 milhões de toneladas, aumento mensal de 3,39% e 26,77% anual. A maior colheita deve-se ao incremento de 3,39% na produtividade média esperada, a 305,97 arrobas por hectare (+23,45% contra 2021/2022), enquanto a área cultivada foi mantida em 1,2 milhão de hectares (alta de 2,15% ante 2021/2022). A colheita e o beneficiamento do algodão ainda estão em andamento no Estado, e com a finalização dos trabalhos a campo será possível mensurar de forma mais assertiva a média da produtividade final da temporada.

Do lado da demanda, o Imea projeta exportação de 1,71 milhão de toneladas de pluma no ciclo 2022/2023, aumento de 79,4% ante o projetado na temporada anterior. O movimento de alta é justificado pela expectativa de aumento da demanda pela pluma brasileira. Esse cenário é pautado pelas adversidades climáticas que afetaram as lavouras de grandes exportadores e, como os Estados Unidos, Índia e a China, o que pode comprometer a produção final do ciclo, direcionando a demanda da fibra para o Brasil. Em relação à safra 2023/2024, que será semeada após a colheita da soja, em meados de janeiro do ano que vem, tanto em Mato Grosso do Sul quanto em São Paulo não há sequer referência de preços com agentes retraídos. Como o mercado ainda está indefinido, compradores e vendedores querem esperar um pouco mais. Os preços na Bolsa de Nova York começaram a reagir há pouco. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.