27/Sep/2023
As exportações brasileiras de algodão em pluma vêm ganhando ritmo desde meados do ano, mas, nas últimas semanas, os envios externos têm se intensificado. Esse cenário vai ao encontro do que o setor nacional já esperava, tendo em vista que a atual produção interna é recorde. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), nos primeiros 15 dias úteis de setembro, os embarques brasileiros de algodão em pluma somaram 154,015 mil toneladas, expressivos 47,6% acima de todo o volume embarcado em agosto/2023 e já superior ao escoado em setembro/2022 (de apenas 184,77 mil toneladas).
A atual média diária de exportação está em 10,268 mil toneladas, contra 8,802 mil toneladas em setembro/2022 (+16,7%). Caso esse ritmo se mantenha até o encerramento deste mês, o Brasil pode exportar 216 mil toneladas, o que seria o maior volume desde novembro/2022 (268,59 mil toneladas). Quanto aos preços, o valor médio da pluma exportada está em 85,00 centavos de dólar por libra-peso nesta parcial de setembro/2023, alta de 4,2% no comparativo mensal (81,61 centavos de dólar por libra-peso), mas queda de 8,1% no anual (92,45 centavos de dólar por libra-peso). Em moeda nacional, o preço da exportação está em R$ 4,18 por libra-peso, 3,8% superior ao praticado no mercado interno (Indicador), de R$ 4,03 por libra-peso.
No mercado spot nacional, os valores da pluma operam praticamente estáveis, em meio ao desacordo sobre preços entre compradores e vendedores. A maioria dos vendedores está firme em suas pedidas, mas alguns têm se mostrado flexível, possibilitando novas negociações a preços menores, a fim de captar recurso rápido. Do lado comprador, o interesse por parte das indústrias tem apresentado pequena melhora, diante da reação nas vendas ao longo da cadeia têxtil. Porém, boa parte dos fechamentos tem sido a fim de atender a necessidades imediatas, baixar o custo médio e/ou atender a programações já realizadas, no caso dos comerciantes. Ainda, comerciantes priorizam somente negócios “casados”.
No geral, agentes permanecem focados no cumprimento dos contratos a termo de algodão em pluma, tanto para o mercado interno como para o externo. Vale considerar que, com o recente aquecimento dos embarques, já são observadas algumas dificuldades logísticas nos portos e para o transporte rodoviário, como aumento nos valores dos fretes e redução na disponibilidade de caminhão. O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra recuo de 2,03% nos últimos sete dias, a R$ 3,94 por libra-peso. Na parcial de setembro, o Indicador acumula baixa de 2,63%. A cotação interna está, em média, 4% inferior à paridade de exportação na média da parcial do mês.
A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 4,19 por libra-peso (84,37 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 4,20 por libra-peso (84,58 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, o vencimento Outubro/2023 registra valorização de 1,03% nos últimos sete dias, a 86,42 centavos de dólar por libra-peso; o Dezembro/2023, 1,34%, a 88,17 centavos de dólar por libra-peso; o Março/2024, 0,99%, a 88,76 centavos de dólar por libra-peso; o Maio/2024, 0,83%, para 89,14 centavos de dólar por libra-peso. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.