06/Oct/2023

Os preços externos superiores aos domésticos e o bom apetite das tradings por novos lotes de algodão movimentam a comercialização da safra. Nos últimos dias, exportadores intensificaram os embarques de contratos fechados antecipadamente e o interesse por pluma para entrega no fim do ano. Em contrapartida, a indústria doméstica mantém ritmo fraco de compra. Os valores pagos pelas tradings aos vendedores oscilam entre R$ 0,15 e R$ 0,20 por libra-peso acima do proposto pelo mercado interno. Os prêmios estão atraentes. O baixo volume de algodão disponível no mercado vai para exportação. No Brasil, o varejo continua desaquecido e a venda de fios está parada. Não há sequer pedidos de compra por fábricas nacionais. Entretanto, as cotações nacionais não chegariam ao valor desejado pelo produtor.

Para entrega no fim do ano (em meados de novembro e dezembro), tradings indicam de 200 a 300 pontos acima do contrato futuro para dezembro negociado na Bolsa de Nova York. Os line-ups até novembro já estão praticamente comprometidos. Os compradores estão completando cargas ou já pensando em cargas para o início do próximo ano. No mercado interno, a alta das cotações internacionais ajuda a puxar o aumento dos preços domésticos da pluma, que voltaram a operar acima de R$ 4,00 por libra-peso. O Indicador Cepea/Esalq com pagamento 8 oito dias registra alta, cotado a R$ 4,04. Em um mês, porém, a queda acumulada do Indicador é de 0,76%. O suporte vem das valorizações internacionais, do bom ritmo de exportação e, sobretudo, do fato de agentes estarem focados no cumprimento de contratos a termo nos mercados doméstico e externo.

Esse cenário deixa os vendedores firmes em suas posições, ao mesmo tempo em que algumas tradings precisaram elevar os valores para comprar novos lotes, principalmente nos últimos dias de setembro. Do lado da oferta, vendedores continuam voltados ao cumprimento de contratos fechados antecipadamente e ao beneficiamento da pluma já colhida. De acordo com a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), o beneficiamento da produção alcançou 56% do total até o dia 28 de setembro. A Abrapa elevou sua estimativa de produção na temporada, de 3,07 milhões de toneladas de pluma para 3,23 milhões de toneladas de fibra, aumento de 26,5%, em relação ao ciclo passado. O número previsto supera a estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 3,15 milhões de toneladas de pluma. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.