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11/Oct/2023

Preço externo do algodão acima do preço interno

Ainda que os valores externos do algodão em pluma e da paridade de exportação tenham se enfraquecido nos últimos dias, ambos continuam em patamares elevados e acima dos preços praticados no mercado doméstico. Esse cenário segue estimulando as negociações destinadas à exportação. Assim, alguns compradores nacionais precisam pagar valores maiores pela pluma, na tentativa de atrair vendedores, especialmente em casos de produto de melhor qualidade. Nesse cenário, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra alta de 0,57% nos últimos sete dias, cotado a R$ 4,08 por libra-peso. Na parcial de outubro, o Indicador avançou 0,36%. Ainda assim, a cotação interna está, em média, 6,8% inferior à paridade de exportação neste início de outubro. Alguns vendedores estão retraídos, focados no cumprimento dos contratos a termo. Já outra parcela desses agentes acaba sendo mais flexível em suas posições, a fim de captar recurso e/ou liquidar alguns lotes.

Do lado comprador, as indústrias estão mais ativas, mesmo que para negócios pontuais de uso imediato, reposição de estoque e/ou programações diante da proximidade do final do ano. No geral, no entanto, a liquidez no spot nacional tem sido limitada pela disparidade de preços e/ou qualidade. No campo, de acordo com a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), a colheita 2022/2023 já foi finalizada, mas o beneficiamento está em 59,3% do total (dados até o dia 5 de outubro). Para a temporada 2023/2024, de acordo com a primeira estimativa divulgada nesta terça-feira (10/10) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a área brasileira deve ser de 1,712 milhão de hectares, 2,9% acima da anterior. A produtividade está estimada em 1.754 Kg por hectare, 7,9% menor que a da safra 2022/2023. Assim, a produção brasileira deve totalizar 3,002 milhões de toneladas, recuo de 5,3% no mesmo comparativo, mas ainda uma das maiores da história.

Em Mato Grosso, especificamente, a área cultivada está prevista em 1,208 milhão de hectares, alta de 1,5% frente à safra anterior. A produtividade deve ser de 1.728 Kg por hectare, retração de 8,7%, resultando em produção de 2,087 milhões de toneladas, baixa de 7,3% em relação à temporada 2022/2023. Na Bahia, a área semeada está prevista em 341,7 mil hectares, elevação de 9,3% frente à safra 2022/2023. A produtividade, por sua vez, está projetada em 1.845 kg/ha, recuo de 7,9% em relação à temporada anterior, com a produção prevista em 630,4 mil de toneladas, crescimento de apenas 0,7% no mesmo comparativo. A disponibilidade interna (estoque inicial + produção + importação) deve ser de 5,125 milhões de toneladas, 14% superior à temporada anterior. O consumo interno em 2024 está estimado em 735 mil toneladas, maior que as 690 mil toneladas projetadas no período anterior (+6,5%). Assim, o excedente interno está previsto em 4,39 milhões de toneladas.

As exportações, por sua vez, estão estimadas em 2,47 milhões de toneladas, 46,6% maiores do que as de 2023. Isso porque a Conab espera um cenário econômico global mais favorável no próximo ano, reconhecimento ainda maior da qualidade da pluma brasileira e o alcance de novos clientes e mercados. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 4,32 por libra-peso (84,15 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 4,33 por libra-peso (84,36 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, o contrato Outubro/2023 está cotado a 86,67 centavos de dólar por libra-peso, com recuo de 0,22% nos últimos sete dias. O vencimento Dezembro/2023 tem desvalorização de 0,9%, a 86,96 centavos de dólar por libra-peso; enquanto o Março/2024 se mantém praticamente estável, a 88,60 centavos de dólar por libra-peso (+0,01%). O contrato Maio/2024 registra avanço de 0,36%, a 89,50 centavos de dólar por libra-peso. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.