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17/Oct/2023

Remessa Conforme freia compras em apps asiáticos

“Eu não dormia mais”; “Comprei mais quando estava em depressão”; “Quando as encomendas chegavam, eu nem lembrava que tinha comprado aquilo.” Essas são frases de pessoas que se dizem viciadas em comprar em aplicativos de produtos importados da China, como Shein, Shopee e AliExpress. O alto volume de compras por esses canais levou o governo a rever as regras de importação dessas plataformas. Primeiro, zerou a isenção de até US$ 50,00 (por volta de R$ 254,00) e, depois, criou o Remessa Conforme. Pelas regras, compras até esse valor estão isentas. Acima dele, serão taxadas. De qualquer forma, por ora, as compras estão sendo retidas, e os impostos, cobrados até as empresas se enquadrarem no novo programa.

Esse vaivém do governo sobre a taxação ajudou a “controlar o vício” desses consumidores, que estavam num ritmo desenfreado de compras. Segundo a Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), esses aplicativos são hábeis em envolver o consumidor. Essas empresas criam uma experiência diferente. Elas deixam as compras com jeito de passatempo, de jogo. Lançam desafios, como as compras da madrugada. Pelo Remessa Conforme do governo federal, as empresas que aderem ao programa têm isenção do imposto para remessas postais entre pessoas físicas de até US$ 50,00. A primeira a aderir foi a AliExpress. Shopee e Shein adotaram o sistema no meio de setembro. Por isso, quem fez compras nos dois aplicativos antes dessa adesão, no mês de agosto, pagou alíquota de 60% para qualquer remessa, independentemente do valor, enviada por pessoa jurídica.

Mesmo que a empresa tenha aderido ao Remessa Conforme, muitos itens ainda ficam retidos na alfândega até que o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que é estadual, seja pago pelo consumidor, pelo site dos Correios. Milhões de produtos caíram na malha fina dos apps chineses. Só nos sete primeiros meses do ano, segundo a Receita Federal, o volume de remessas enviadas ao País alcançou 123 milhões de itens importados. A Receita, porém, ainda não contabilizou quantos itens em agosto ou setembro foram retidos para cobrança de impostos. Nem quantos foram rejeitados por quem os encomendou. Todos os consumidores disseram estar comprando bem menos agora. Shopee, Shein e AliExpress não comentaram sobre queda nas vendas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.