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18/Oct/2023

Preços do algodão recuam no mercado doméstico

O desacordo entre os agentes do mercado de algodão em pluma quanto ao preço e/ou à qualidade dos lotes disponibilizados segue limitando a liquidez no spot nos últimos dias. Os preços internos, por sua vez, registram leve recuo. As negociações ocorrem de forma pontual, somente para necessidades imediatas e/ou reposição de estoques. Além disso, os players continuam focados no cumprimento dos contratos a termo. Parte dos produtores tem se mantido mais firme em suas indicações de venda, principalmente para a pluma de qualidade superior. Por outro lado, há vendedores mais flexíveis, devido à necessidade de caixa, liquidação de lotes ou até mesmo por preocupações com o enfraquecimento dos valores internacionais. Os compradores, por sua vez, demonstram certo interesse em novas aquisições, porém, para volumes pequenos, visto que muitos ainda estão bem estocados e recebendo entregas de contratos a termo.

Indústrias, principalmente, seguem sinalizando compras a preços menores, diante das preocupações com o desempenho das vendas e o repasse dos valores aos produtos manufaturados. Comerciantes seguem realizando negócios “casados” e ou adquirindo a pluma para cumprir os compromissos com as indústrias. O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra recuo de 0,14% nos últimos sete dias, cotado a R$ 4,08 por libra-peso. Na parcial de outubro, o Indicador registra alta de 0,22%. A cotação interna está, em média, 5,7% inferior à paridade de exportação na parcial de outubro. Na primeira metade do mês, foram captados novos contratos a termo, com programações firmadas para entrega no próximo mês e em 2024, envolvendo produtos das safras 2022/2023 e 2023/2024 destinados aos mercados interno e externo. Quanto ao beneficiamento, de acordo com a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), até o dia 12 de outubro, a atividade estava em 64% do total.

O beneficiamento chegou a 58% em Mato Grosso e a 81% na Bahia. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 4,17 por libra-peso (82,88 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 4,18 por libra-peso (83,09 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, os contratos registram queda nos últimos sete dias, pressionados, especialmente, pela queda do preço do petróleo no mercado internacional, o que tende a melhorar a competitividade da fibra sintética. Assim, o vencimento Dezembro/2023 registra desvalorização de 2,08% nos últimos sete dias, a 85,15 centavos de dólar por libra-peso; o Março/2023, 1,75%, a 87,05 centavos de dólar por libra-peso; o Maio/2024, 1,39%, a 88,26 centavos de dólar por libra-peso; e o Julho/2024, 0,95%, para 88,50 centavos de dólar por libra-peso.

Dados divulgados no dia 12 de outubro pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontam reajuste positivo de 0,2% na produção global 2023/2024 de algodão frente ao estimado em setembro, mas retração de 3,1% em relação à safra 2022/2023, totalizando 24,517 milhões de toneladas. No Brasil, entre setembro e outubro, houve reajuste positivo de 5,5% no volume da temporada 2023/2024, para 3,17 milhões de toneladas, mas recuos para os Estados Unidos (-2,4%, para 2,791 milhões de toneladas) e a Austrália (-5,6%, a 1,11 milhão de toneladas). O USDA reduziu o consumo mundial de algodão, para 25,21 milhões de toneladas, apenas 0,1% abaixo da estimativa de setembro, mas ainda 4,4% superior ao da temporada 2022/2023 e 2,8% maior que a oferta global. As importações mundiais estão previstas em 9,412 milhões de toneladas, apenas 0,1% inferior ao apontado no relatório anterior, mas alta de significativos 16,3% no comparativo com a safra 2022/2023.

As exportações, por sua vez, estão projetadas em 9,413 milhões de toneladas na safra 2023/2024, recuo de 0,1% no comparativo mensal, mas aumento de 16,8% frente à temporada anterior. Dessa forma, o estoque final global está previsto em 17,402 milhões de toneladas na temporada 2023/2024, retração de 11,2% frente ao estimado no mês anterior e baixa de 3,5% em relação à safra passada. Para o Brasil, especificamente, a estimativa de estoque é de 1,14 milhão de toneladas, queda de expressivos 65,3% frente ao projetado em setembro/2023 e retração de 9% frente à safra 2022/2023. Quanto aos preços, de acordo com o USDA, o valor médio pago ao produtor norte-americano pela safra 2023/2024 está em 80,00 centavos de dólar por libra-peso, estável frente ao relatório de setembro/2023, mas 5,66% inferior ao preço da temporada 2022/2023 (84,80 centavos de dólar por libra-peso). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.