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16/Nov/2023

Preços do algodão recuam no mercado doméstico

Mesmo com as recentes quedas nos preços internos do algodão em pluma, o valor médio da parcial deste mês opera acima da paridade de exportação. Esse cenário se deve sobretudo às desvalorizações externas da pluma e do atual patamar do dólar. No Brasil, as quedas nos valores estão atreladas à flexibilidade de alguns vendedores. Parte dos produtores, contudo, segue firme nos valores pedidos, especialmente para a pluma de qualidade superior. Estes produtores estão capitalizados e/ou com boa parte da safra 2022/2023 já comprometida. Do lado comprador, os agentes que estão ativos no spot nacional tentam adquirir novos lotes a preços menores. No geral, o desacordo entre valores e qualidade dos lotes ainda segue limitando a liquidez no mercado interno. O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, apresenta queda de 3,31% nos últimos sete dias, a R$ 3,86 por libra-peso. Na parcial de novembro, o Indicador registra queda de 3,76%.

Ainda assim, a média deste mês da pluma negociada no mercado interno (de R$ 3,92 por libra-peso) está 1,3% superior à paridade de exportação (de R$ 3,87 por libra-peso, considerando-se o Porto de Paranaguá - PR). Além disso, a média do Indicador à vista, de 79,72 centavos de dólar por libra-peso, está 2,6% maior que a média do primeiro vencimento na Bolsa de Nova York, de 77,73 centavos de dólar por libra-peso, também na parcial de novembro. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 3,79 por libra-peso (77,33 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 3,80 por libra-peso (77,55 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, os primeiros contratos estão pressionados pela desvalorização do petróleo.

Nos últimos sete dias, o vencimento Dezembro/2023 apresenta recuo de 0,67%, a 77,48 centavos de dólar por libra-peso; Março/2023, 1,79%, a 79,47 centavos de dólar por libra-peso; Maio/2024, 1,94%, a 80,41 centavos de dólar por libra-peso; e Julho/2024, 1,84%, para 81,14 centavos de dólar por libra-peso. Relatório divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no dia 9 de novembro indicou que a área nacional de algodão na safra 2023/2024 deve somar 1,733 milhão de hectares, 4,2% acima da temporada 2022/2023 e alta de 1,24% frente aos dados de outubro/2023. A produtividade brasileira, contudo, deve cair 7,9% em relação à safra passada, para 1.754 quilos por hectare. Os dados se mantiveram estáveis frente aos do relatório de outubro. Assim, a produção no Brasil teve reajuste positivo de 1,25% no comparativo mensal, mas queda de 4,1% em relação à temporada 2022/2023, podendo chegar em 3,04 milhões de toneladas.

Em Mato Grosso, a área teve reajuste positivo de 1,27% frente ao relatório de outubro, ficando em 1,224 milhão de hectares, 2,8% maior que a safra 2022/2023. A produtividade no Estado se manteve estável frente aos dados do mês anterior, mas caiu 8,7% quando comparada à safra passada, a 1.728 quilos por hectare. Com isso, a produção do Estado está projetada em 2,114 milhões de toneladas, elevação de 1,27% no comparativo mensal, porém, queda de 6,1% em relação à safra 2022/2023. Dados divulgados no dia 9 de novembro pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontam reajuste positivo de 0,8% na produção global 2023/2024 de algodão frente ao estimado em outubro, mas retração de 2,7% em relação à safra 2022/2023, totalizando 24,7 milhões de toneladas. O USDA também reduziu o consumo mundial de algodão, para 25,1 milhões de toneladas, apenas 0,4% abaixo da estimativa de setembro, mas ainda 3,9% superior ao da temporada 2022/2023 e 1,6% maior que a oferta global.

As importações mundiais estão previstas em 9,428 milhões de toneladas, apenas 0,2% superior ao apontado no relatório anterior, com alta de significativos 16,3% no comparativo com a safra 2022/2023. As exportações, por sua vez, estão projetadas em 9,429 milhões de toneladas na safra 2023/2024, aumento de 0,2% no comparativo mensal e elevação de 16,9% frente à temporada anterior. Dessa forma, o estoque final global está previsto em 17,744 milhões de toneladas na temporada 2023/2024, alta de 2% frente ao estimado no mês anterior, mas baixa de 1,9% em relação à safra passada. Quanto aos preços, o valor médio pago ao produtor norte-americano pela safra 2023/2024 está em 77,00 centavos de dólar por libra-peso, 3,75% inferior ao de outubro/2023. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.