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06/Dec/2023

Preços do algodão pressionado no mercado interno

Os preços do algodão em pluma caíram nos mercados interno e externo em novembro, influenciados sobretudo por expectativas de oferta global acima da demanda na atual temporada. No Brasil, os vendedores estiveram focados no cumprimento dos contratos a termo, no beneficiamento da safra 2022/2023 e na semeadura da nova temporada. Além disso, agentes priorizaram as exportações ao longo de novembro. Ressalta-se que, em apenas quatro meses (de agosto/2023 a novembro/2023, ou seja, parcial da safra 2022/2023), o volume escoado já representa a metade de toda quantidade embarcada no total da temporada 2021/2022 (de agosto/2022 a julho/2023). Do lado da demanda, indústrias mostraram interesse em novas aquisições apenas para o curto prazo, elevando um pouco as compras no encerramento do mês, visando se programar para o período de final de ano.

Contratos a termo foram efetivados para entregas no início de 2024 e envolvendo a próxima temporada. Entre 31 de outubro e 30 de novembro, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, recuou 3,88%, fechando a R$ 3,86 por libra-peso no dia 30 de novembro. Nos últimos sete dias, especificamente, o Indicador tem queda de 1,31%, para R$ 3,86 por libra-peso. A média do Indicador de novembro, de R$ 3,89 por libra-peso, foi a menor desde julho/2023, ficando 3,53% abaixo da de outubro/2023 e 22,46% inferior à de novembro/2022, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IGP-DI de outubro/2023). Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que, em novembro, os embarques brasileiros de algodão em pluma somaram 253,71 mil toneladas, 12% acima de todo o volume escoado em outubro/2023, mas 5,5% inferior ao exportado em novembro/2022 (de 268,59 mil toneladas).

De agosto/2023 a novembro/2023, já foram embarcadas 770,22 mil toneladas, mais da metade do volume exportado de agosto/2022 até julho/2023 (1,449 milhão de toneladas). O valor médio da pluma exportada foi de 94,07 centavos de dólar por libra-peso em novembro/2023, alta 7,4% no comparativo mensal (87,55 centavos de dólar por libra-peso) e de 5,9% no anual (88,84 centavos de dólar por libra-peso), sendo também a maior média mensal desde outubro/2022, quando chegou a 95,06 centavos de dólar por libra-peso. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 3,88 por libra-peso (78,46 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 3,89 por libra-peso (78,67 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente.

Na Bolsa de Nova York, além de registrar queda nos últimos sete dias, entre 31 de outubro e 30 de novembro, o vencimento Dezembro/2023 caiu 2,24%, a 79,40 centavos de dólar por libra-peso, e o Março/2023 recuou 4,13%, a 80,06 centavos de dólar por libra-peso; Maio/2024, 4,56%, a 80,70 centavos de dólar por libra-peso; e Julho/2024, 4,35%, para 81,28 centavos de dólar por libra-peso. No campo, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) indica que o beneficiamento somava 90% da produção nacional até o dia 30 de novembro. Em Mato Grosso, a atividade chega a 88% da produção; e, na Bahia, a 97%. Para a safra 2023/2024, a semeadura já começou em São Paulo, Paraná, Goiás e Minas Gerais, representando apenas 0,72% do total brasileiro.

Dados divulgados no dia 1º de dezembro pelo Comitê Consultivo Internacional do Algodão (Icac) estimam a produção mundial da safra 2023/2024 em 24,914 milhões de toneladas, recuo de 0,9% frente às informações do início de novembro/2023, mas ainda um pouco maior que a temporada anterior (+0,28%). Com o reajuste mensal positivo de 2,54%, o consumo mundial de algodão, por sua vez, deve aumentar 1,13% frente à temporada 2022/2023, para 23,945 milhões de toneladas. Assim, o consumo pode ficar 3,89% inferior à oferta. Para a exportação mundial, projeta-se aumento de 11,7% frente à safra anterior, mas queda de 2,66% em relação aos dados do mês anterior, para 9,002 milhões de toneladas na temporada 2023/2024.

Nesse cenário, o estoque final deve somar 22,217 milhões de toneladas, com elevação de 4,67% em relação à temporada 2022/2023, mas reajuste negativo de 4,71% sobre os dados de novembro/2023. Para o Brasil, especificamente, a projeção de produção é de 3,3 milhões de toneladas na temporada 2023/2024, aumento de 9,27% frente à safra anterior e o maior volume da história. Com um consumo estimado em 700 mil toneladas e exportação prevista para aumentar 41,01%, chegando em 2,045 milhões de toneladas, o estoque brasileiro pode ficar em 3,634 milhões de toneladas, 18,24% superior ao da temporada 2022/2023 e um recorde. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.