13/Dec/2023
O ritmo de negócios envolvendo algodão em pluma está enfraquecido no mercado spot nacional neste início de dezembro. Empresas se preparam para o recesso de final de ano, e, com isso, muitas unidades já não estão recebendo e/ou retirando a fibra. No geral, os agentes têm priorizado os carregamentos de negócios feitos recentemente e/ou de contratos a termo, e os que têm necessidade de pluma para o curto prazo precisam ajustar a logística, preço e qualidade dos lotes disponíveis. Diante disso, os preços oscilam, mas as quedas prevalecem. O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra queda de 0,53% nos últimos sete dias, cotado a R$ 3,84 por libra-peso. Na parcial do mês, o Indicador recuou 0,55%. A média deste mês do Indicador está 0,5% superior à paridade de exportação. Boa parte dos produtores está atenta ao clima e às atividades de campo já para a próxima temporada, mostrando pouco interesse em disponibilizar volume no spot. Parte desses vendedores deve voltar a negociar apenas em 2024.
A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) indica que o beneficiamento somava 91% da produção nacional até o dia 8 de dezembro. Em Mato Grosso, a atividade chega a 89% da produção; e, na Bahia, a 98%. Para a safra 2023/2024, a semeadura já começou e representa 10,36% do total brasileiro, sendo que na Bahia já chegou a 50% da área. Além dos fechamentos baseados no Indicador CEPEA/ESALQ e/ou nos vencimentos da Bolsa de Nova York (a serem fixados posteriormente), dados mostram que a comercialização de algodão em pluma para entrega em janeiro/2024 registra média de R$ 4,11 por libra-peso posto na indústria nacional, com os efetivos ficando perto dos R$ 4,30 por libra-peso. Para essa média, são considerados dados desde o início das negociações, em 2022, até o dia 11 de dezembro. Para exportação, também até o dia 11 de dezembro, as negociações FOB porto com embarques no primeiro mês de 2024 apresentam média de 84,17 centavos de dólar por libra-peso.
A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 3,97 por libra-peso (80,58 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 3,98 por libra-peso (80,79 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, os contratos registraram alta, influenciados pela desvalorização do dólar frente às principais moedas e pela perspectiva de menor produção e estoque dos Estados Unidos. O vencimento Março/2024 tem avanço de 4,22% nos últimos sete dias, a 82,00 centavos de dólar por libra-peso; Maio/2024, 3,95%, a 82,56 centavos de dólar por libra-peso; e Julho/2024, 3,48%, a 82,87 centavos de dólar por libra-peso. Vale considerar que o contrato Dezembro/2023 se encerrou no dia 6 de dezembro a 78,75 centavos de dólar por libra-peso, com recuo de 0,82% entre os dias 30 de novembro e 6 de dezembro. Relatório divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no dia 7 de dezembro indicou que a área nacional de algodão na safra 2023/2024 deve somar 1,745 milhão de hectares, 4,9% acima da temporada 2022/2023 e alta de 0,69% frente aos dados de novembro/2023.
A produtividade brasileira, contudo, deve cair 8% em relação à safra passada, para 1.754 Kg por hectare, reajuste positivo de apenas 0,02% frente aos dados do relatório de novembro. Assim, a produção no Brasil teve elevação de 0,7% no comparativo mensal, mas queda de 3,5% em relação à temporada 2022/2023, podendo chegar em 3,061 milhões de toneladas. Em Mato Grosso, a área teve reajuste positivo de somente 0,3% frente ao relatório de novembro, ficando em 1,227 milhão de hectares, 3,1% maior que a safra 2022/2023. A produtividade no Estado se manteve estável em relação aos dados do mês anterior, mas caiu 8,7% quando comparada à safra passada, a 1.728 Kg por hectare. Com isso, a produção do Estado está projetada em 2,12 milhões de toneladas, elevação de 0,29% no comparativo mensal, porém, queda de 5,8% frente à safra 2022/2023. Dados divulgados no dia 8 de dezembro pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontam reajuste negativo de 0,5% na produção global 2023/2024 de algodão frente ao estimado em novembro e retração de 3,2% em relação à safra 2022/2023, totalizando 24,585 milhões de toneladas.
O USDA também reduziu o consumo mundial de algodão, para 25,761 milhões de toneladas, 1,4% abaixo da estimativa de novembro, mas ainda 2% superior ao da temporada 2022/2023 e 0,7% maior que a oferta global. As importações mundiais estão previstas em 9,396 milhões de toneladas, apenas 0,3% inferiores às apontadas no relatório anterior, com alta de significativos 14,5% no comparativo com a safra 2022/2023. As exportações, por sua vez, estão projetadas em 9,395 milhões de toneladas na safra 2023/2024, baixa de 0,4% no comparativo mensal e elevação de 16,5% frente à temporada anterior. Dessa forma, o estoque final global está previsto em 17,94 milhões de toneladas na temporada 2023/2024, alta de 1,1% frente ao estimado no mês anterior, mas baixa de 0,5% em relação à safra passada. Para o Brasil, especificamente, a estimativa de estoque é de 1,205 milhão de toneladas, alta de 5,7% se comparado aos dados de novembro/2023, mas ainda 3,8% menores que os da safra anterior. Quanto aos preços, o valor médio pago ao produtor norte-americano pela safra 2023/2024 está em 77,00 centavos de dólar por libra-peso, estável se comparado ao preço médio de novembro/2023 e baixa de 9,2% frente ao da temporada anterior. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.