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14/Dec/2023

Preço do algodão em baixa com lentidão no mercado

O ritmo de comercialização de algodão no mercado interno perde força à medida que se aproxima o fim do ano e as empresas entram em férias coletivas. Muitas unidades já não estão recebendo ou retirando a fibra. A prioridade no momento é realizar os carregamentos de negócios já realizados e os de contratos a termo. Os que têm necessidade de pluma para o curto prazo precisam ajustar a logística, preço e qualidade dos lotes disponíveis. O mercado está mais calmo e os preços mais baixos. Depois do último relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado no dia 8 de dezembro e que apontou queda do consumo global da pluma, para 25,761 milhões de toneladas (-1,4% ante a estimativa de novembro, mas 2% acima da safra 2022/2023), a comercialização se enfraqueceu. O USDA estimou produção global 0,5% menor em 2023/2024 ante novembro e 3,2% inferior em relação à safra 2022/2023, totalizando 24,585 milhões de toneladas.

O estoque final deverá ser de 17,94 milhões de toneladas na temporada 2023/2024, 1,1% acima de novembro, e queda de 0,5% em relação à safra passada. O estoque do Brasil deve ser de 1,205 milhão de toneladas, alta de 5,7% diante de novembro e 3,8% menor do que na safra anterior. Tradings não demonstram grande apetite pelo produto brasileiro e o produtor tampouco oferta grandes volumes. Os produtores estão terminando o beneficiamento e a aplicação de contratos. O que tem aparecido com mais disponibilidade é produto de qualidade inferior, com visual, tipo e cor abaixo do padrão. São lotes não aprovados nos contratos e que o produtor disponibiliza no mercado. Boa parte dos produtores está atenta ao clima para a próxima temporada e mostra pouco interesse em disponibilizar volume no spot. Parte desses vendedores deve voltar a negociar apenas em 2024. O Indicador Cepea/Esalq, com pagamento em 8 dias fechou está cotado a R$ 3,87 por libra-peso. Em um mês, a queda é de 0,37%. Em relação aos negócios futuros, tem saído novos negócios com regularidade, mas não em volumes expressivos.

O produtor está preocupado com o plantio e cauteloso devido às dificuldades climáticas. Ele está vendo as perdas na soja de Mato Grosso e algumas regiões antecipando a janela de plantio e deve esperar. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicou que a área nacional na safra 2023/2024 deve somar 1,745 milhão de hectares, 4,9% acima da temporada 2022/2023 e alta de 0,69% frente aos dados de novembro do ano passado. A produtividade brasileira, contudo, deve cair 8% em relação à safra passada, para 1.754 Kg por hectare, reajuste positivo de apenas 0,02% frente aos dados do relatório de novembro. A produção no Brasil teve elevação de 0,7% no comparativo mensal, mas queda de 3,5% em relação à temporada 2022/2023, podendo chegar em 3,061 milhões de toneladas. A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) indica que o beneficiamento somava 91% da produção nacional até o dia 8 de dezembro. Em Mato Grosso, a atividade chega a 89% da produção; e, na Bahia, a 98%. Para a safra 2023/2024, a semeadura já começou e representa 10,36% do total brasileiro, sendo que na Bahia já chegou a 50% da área.

Em Mato Grosso, o principal estado produtor, houve um reajuste positivo de somente 0,3% na área plantada frente ao relatório de novembro, para 1,227 milhão de hectares, 3,1% maior que a safra 2022/2023. A produtividade ficou estável em relação aos dados anteriores, mas caiu 8,7% quando comparada à safra passada, a 1,728 Kg por hectare. Com isso, a produção está projetada em 2,12 milhões de toneladas, elevação de 0,29% no comparativo mensal, com queda de 5,8% frente à safra 2022/2023. Na Bahia, segundo principal Estado produtor, a área plantada atingiu 50% do total previsto, segundo a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa). As estimativas de área para a cultura tiveram um acréscimo de 7 mil hectares no Estado. A expectativa é a de que, no total, o algodão atinja 327 mil hectares, aumento de 4,6% em relação à última safra. Os produtores da Bahia têm aproveitado as chuvas ocorridas no fim de novembro para intensificar o plantio do algodão. As expectativas de produção de algodão da Bahia se mantêm em 625,6 toneladas da pluma, com produtividade de 1.913 Kg por hectare. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.