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08/Jan/2024

Safra 2024 deve ter recorde de produção no Brasil

A perspectiva é de que a safra brasileira de algodão em 2024 repita o bom desempenho deste ano. A cultura não deve sofrer tanto com os efeitos do El Niño, que no Centro-Oeste e parte do Nordeste resultaram em chuvas irregulares e mal distribuídas. De acordo com a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), a produção no ciclo 2023/2024 deve atingir 3,37 milhões de toneladas de pluma, incremento de 3% em relação ao ciclo anterior, de 3,27 milhões de toneladas. A área estimada é 11% maior, de 1,867 milhão de hectares. O que ainda preocupa é a produtividade. As lavouras tendem a repetir a média dos últimos cinco anos, de 1.805 quilos ou 120 arrobas por hectare, mas esse resultado depende do clima. A entidade não espera para a safra a qualidade excepcional observada em 2023, mas afirma que, na média, a produção será sólida e capaz de atender satisfatoriamente os mercados nacional, principal comprador do algodão brasileiro, e internacional.

Alguns Estados, como Bahia, Goiás e Piauí, precisam de chuvas mais regulares para garantir a umidade necessária ao desenvolvimento da planta. Quanto ao mercado externo, o aquecimento da economia chinesa e a retomada as compras pelo país asiático, principal consumidor da pluma, devem aumentar os embarques de algodão em 2024. Uma das principais vantagens do Brasil é fornecer produto sustentável. 82% do algodão brasileiro é certificado e o mundo tende a demandar cada vez mais produtos com essas características. Com a diminuição do uso de combustíveis fósseis, o setor aposta na queda do consumo de fibra sintética. Isso tende a influenciar o consumo e beneficiar a produção. Em 2023, a quebra na safra de algodão dos Estados Unidos, maiores produtores e exportadores mundiais, abre espaço para o Brasil. O País tem tudo para ocupar a primeira posição no fornecimento mundial da fibra. Mais uma vez, nesse caso, o clima será determinante.

Mato Grosso, principal Estado produtor, deve colher 5,78 milhões de toneladas do caroço em 2023/2024, um recorde e 3% acima do ciclo anterior, de acordo com o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea). O produto beneficiado é estimado em 2,40 milhões de toneladas, aumento de 2,9%. A área destinada à cultura também deve ser histórica, alcançando 1,35 milhão de hectares, superior à de 1,2 milhão de hectares em 2022/2023. Se esperava aumento da área da cultura em função da baixa rentabilidade do milho. Devido aos preços mais altos da fibra, produtores mais tecnificados de soja e milho tendiam a substituir o cereal pelo algodão. Mas a troca se intensificou com os efeitos de El Niño. Muitos agricultores, inclusive, estão deixando de cultivar soja para produzir apenas a fibra no Estado. Isso representa um aumento de 43 mil hectares em relação ao ano anterior. Contudo, os efeitos de El Niño devem permanecer em 2024 e podem afetar a produtividade.

Na Bahia, o segundo maior produtor nacional, a área de algodão prevista é de 327 mil hectares, mas a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) afirma que, assim como em Mato Grosso, o Estado pode ter áreas inicialmente destinadas à soja convertidas para a pluma devido aos efeitos de El Niño. As consequências do fenômeno climático, no entanto, também podem afetar a produção e a produtividade do algodão. A estimativa inicial da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Algodão é de que a Bahia produza 623 mil toneladas de algodão em pluma. Já a média de produtividade do Estado tende a ficar entre 310 e 320 arrobas por hectare. O receio é que o desempenho das lavouras possa diminuir. Há mais de 30 anos o oeste da Bahia não passa por uma situação semelhante, com chuvas muito abaixo da média. Há lavouras que estão muito bem, com germinação ideal, mas também há áreas com replantios. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.