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17/Jan/2024

Preço do algodão se mantém praticamente estável

Os preços do algodão em pluma têm oscilado pouco nos mercados interno e externo neste começo de 2024, operando dentro de um pequeno intervalo, ambos ao redor de 80,00 centavos de dólar por libra-peso. A oferta global de algodão neste ano deve ser abundante, ao passo que a demanda mostra dificuldades de crescer de forma mais expressiva, contexto que segue elevando as estimativas de estoques. No mercado brasileiro, no geral, os preços têm sido sustentados pela paridade de exportação. Quanto aos negócios, observa-se pequeno aumento no interesse de compradores, à medida que indústrias retomam as atividades, mas a disparidade de preços entre os agentes ativos limita a liquidez. O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra avanço de 2,8% nos últimos sete dias, a R$ 4,01 por libra-peso. Chama a atenção que, há seis meses, o Indicador opera entre o mínimo de R$ 3,80 por libra-peso e o máximo de R$ 4,14 por libra-peso, com média de R$ 3,98 por libra-peso.

Os atuais valores praticados no Brasil estão próximos aos externos. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 3,87 por libra-peso (79,63 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 3,88 por libra-peso (79,84 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, o vencimento Março/2024 tem valorização de 1,11% nos últimos sete dias, a 81,31 centavos de dólar por libra-peso; Maio/2024, 0,98%, a 82,29 centavos de dólar por libra-peso; Julho/2024, 0,79%, a 82,94 centavos de dólar por libra-peso; e o Outubro/2024, 0,21%, para 81,01 centavos de dólar por libra-peso. Dados divulgados neste mês pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostram elevação parcial nas estimativas de produção da temporada 2023/2024, agora apontadas em 3,1 milhões de toneladas.

Adicionando os estoques iniciais, de 2,15 milhões de toneladas neste início de janeiro, e a pouca importação, a disponibilidade interna chega ao recorde de 5,25 milhões de toneladas. Ao subtrair o consumo interno, previsto em 730 mil toneladas para 2024, o excedente exportável chega ao volume recorde de 4,5 milhões de toneladas. A Conab prevê exportações próximas de 2,5 milhões de toneladas em 2024, mantendo mais de 2 milhões de toneladas em estoques em dezembro/2024. Em termos mundiais, dados deste mês do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontam produção de 24,64 milhões de toneladas, 0,2% acima das estimativas de dezembro/2023, mas com queda de 2,9% em relação à da temporada 2022/2023. Em janeiro, os dados de oferta vieram maiores para a China (1,8%, para cerca de 6 milhões de toneladas) e menores para os Estados Unidos (-2,7%, para 2,71 milhões de toneladas), que chegaram aos menores volumes desde 2009/2010.

A estimativa de consumo global foi reduzida em 1,1% em relação aos dados de dezembro/2023, para 24,48 milhões de toneladas, mas que fica 1,1% acima do volume previsto para 2022/2023. Além da queda de consumo da China, os dados vieram menores para Índia, Paquistão e Turquia. A estimativa de importação da China entre agosto/2023 e julho/2024 foi elevada para 2,5 milhões de toneladas, sendo o maior volume em três anos. Entretanto, Paquistão e Indonésia também devem importar quantidade menor. No agregado, as transações mundiais são estimadas em 9,37 milhões de toneladas pelo USDA, 0,2% menores que as indicadas em dezembro/2023, mas 14,2% acima dos dados de 2022/2023. Os estoques mundiais foram reajustados positivamente, chegando a 75,1% do consumo mundial. Trata-se da maior relação estoque/consumo em quatro anos, o que tende a pressionar os valores médios do ano-safra. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.