19/Jan/2024
Com exceção de contratos já firmados, as indústrias ainda não estão recebendo o algodão da nova safra e olham para o semestre sem pressa para comprar. Nesse sentido, as negociações no mercado interno da fibra continuam lentas neste começo de ano. O recente aumento nos preços futuros da Bolsa de Nova York também desestimula os negócios do lado dos compradores. O mercado está bastante vendedor e pouco comprador. As indústrias esperam para realizar novas compras a partir de março, quando os preços tendem a cair com aumento da oferta. Como fevereiro é um mês mais curto, dificilmente alguém vai entrar no mercado antes disso. O Indicador diário de preço de algodão em pluma, no entanto, calculado pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), está cotado a R$ 3,98 por libra-peso. Em dólar, o Indicador está cotado a 80,93 centavos de dólar por libra-peso.
O valor a prazo é de R$ 3,99 por libra-peso. As indústrias têm feito ofertas abaixo do Indicador Esalq. Têm saído negócios a R$ 3,90 por libra-peso desde meados de dezembro. As exportações seguem bastante aquecidas. O consumo na China está melhorando, o que é benéfico para o produto brasileiro. A tendência é que os embarques continuem crescendo, o que é ruim para o mercado interno, pois as tradings priorizam as vendas para o mercado externo. A estimativa de importação da China entre agosto de 2023 e julho de 2024 foi elevada para 2,5 milhões de toneladas, o maior volume em três anos. Mas, países como Paquistão e Indonésia devem importar quantidade menor. No agregado, as transações mundiais são estimadas em 9,37 milhões de toneladas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), 0,2% menores que as indicadas em dezembro de 2023, mas 14,2% acima dos dados de 2022/2023.
Os estoques mundiais foram reajustados positivamente, chegando a 75,1% do consumo mundial. Trata-se da maior relação estoque/consumo em quatro anos, o que tende a pressionar os valores médios do ano-safra. A Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa) informou que o Brasil manteve o status de segundo maior exportador mundial de algodão em 2023, apesar da queda anual de cerca de 10%. Com o embarque de 1,618 milhão de toneladas ao exterior de janeiro a dezembro, o País movimentou uma receita de US$ 3,07 bilhões no ano. Se o País continuar exportando na média de dezembro, quando foram embarcadas 350 mil toneladas, pode faltar algodão no mercado interno. Se isso acontecer, os players devem ficar atentos à qualidade do produto. Quem não comprar agora, mesmo que seja para entrega futura, pode ficar sem algodão de qualidade. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.