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24/Jan/2024

Preços do algodão pressionados no mercado interno

Enquanto os preços externos do algodão em pluma estão em alta e já voltam a operar nos patamares verificados no final de outubro de 2023, as cotações internas estão enfraquecidas, abaixo dos R$ 4,00 por libra-peso. No mercado internacional, o impulso vem de estimativas apontando redução dos estoques de algodão norte-americano das valorizações do petróleo, este que, por sua vez, gera expectativa de aumento na demanda por fibra de algodão em detrimento da artificial e sintética. No Brasil, ainda pesa o grande excedente doméstico e dificuldades das indústrias em incrementar suas vendas e repassar os reajustes dos custos aos segmentos atacadistas e varejistas. Ainda que as indústrias estejam mais ativas, as negociações ocorrem apenas quando há necessidade, como renovação de estoques. Na Bolsa de Nova York, as altas mais expressivas são observadas para os contratos de curto prazo.

O vencimento Março/2024 tem valorização de 4,3% nos últimos sete dias, a 84,83 centavos de dólar por libra-peso; Maio/2024, 4,3%, a 85,86 centavos de dólar por libra-peso; Julho/2024, 4%, a 86,26 centavos de dólar por libra-peso; e o Outubro/2024 com alta de 0,9%, para 81,77 centavos de dólar por libra-peso. Todos os contratos voltaram aos patamares do final de outubro de 2023, o que pode atrair vendedores brasileiros a fecharem novos contratos e favorecer incremento de área nos Estados Unidos na nova temporada, uma vez que as cotações de soja e milho seguem pressionadas. A pluma posta no Extremo Oriente também está valorizada, mas não na mesma intensidade que o avanço observado na Bolsa de Nova York. Neste caso, pesaram os dados de crescimento da China, com PIB (Produto Interno Bruto) aumentando 5,2% em 2023, acima do previsto pelo governo daquele país, mas abaixo da previsão do Fundo Monetário Internacional (FMI), de 5,6%. Também vale destacar a redução populacional da China pelo segundo ano consecutivo.

Especialmente aos exportadores, o lado positivo é que o dólar se valorizou no Brasil nos últimos dias, chegando a ser cotado a R$ 4,99 na segunda-feira (22/01), o maior desde o final de outubro de 2023. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 3,98 por libra-peso (79,93 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 3,99 por libra-peso (80,15 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. As paridades voltaram aos maiores patamares desde início novembro de 2023. No Brasil, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra recuo de 0,4% nos últimos sete dias, a R$ 3,99 por libra-peso. A alta externa e a redução doméstica fazem com que a média interna fique abaixo da paridade de exportação, o que não acontecia desde dezembro de 2023.

Porém, é de ser esperar maior restrição vendedora no curto prazo, com preferência para negócios de exportação, o que, por sua vez, pode resultar em sustentação dos preços internos. Segundo dados da Secretaria de Comercio Exterior (Secex), até a terceira semana de janeiro, foram exportadas 193 mil toneladas de pluma, já superando em 55,6% o volume escoado em todo janeiro/2023. Em dezembro/2023, foram embarcadas 350,8 mil toneladas. O preço médio de exportação está em 85,21 centavos de dólar por libra-peso neste mês, contra 83,11 centavos de dólar por libra-peso em janeiro/2023. Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontam que 56,6% da área prevista para a temporada 2023/2024 havia sido semeada até o dia 20 de janeiro, ritmo um pouco maior que o registrado até dia 21 de janeiro de 2023 (54,3%). Os trabalhos estão acelerados em Mato Grosso, mas estão lentos no Maranhão, Piauí, Bahia e em Minas Gerais. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.