25/Jan/2024
A comercialização de algodão no mercado interno continua sem muita liquidez neste primeiro mês do ano, com a demanda enfraquecida e sem reposição de matérias-primas por parte das indústrias. O mercado interno não refletiu os ganhos da Bolsa de Nova York e não acompanhou a valorização da fibra. O Indicador Cepea/Esalq, com pagamento em 8 dias está cotado a R$ 3,98 por libra-peso. No mês, a queda é de 0,37%. A liquidez para o algodão da safra 2023 para diferentes padrões de qualidade a exportação tem saído a preços nominais. O excedente doméstico e as dificuldades das indústrias em incrementar suas vendas e repassar os reajustes dos custos a atacadistas e varejistas obrigam o mercado a realizar apenas negócios pontuais. Os preços externos operaram nos patamares verificados no fim de outubro de 2023.
O impulso do mercado externo vem de estimativas de estoques de algodão norte-americano e das valorizações do petróleo, que gera expectativa de aumento na demanda por fibra de algodão em detrimento da artificial e sintética. Com o aquecimento da demanda e a valorização nas cotações, as tradings renovam o interesse pela compra tanto do produto disponível quanto da nova safra. Os números de exportação do Brasil tanto em dezembro quando em janeiro estão altos, assim como dos Estados Unidos, onde se vê volumes mais robustos. Isso é um sinal de uma demanda mais forte que traz os preços para um patamar mais alto neste começo de ano e principalmente para os contratos com vencimento até julho. A alta nos preços para o segundo semestre beneficia a nova safra e traz mais liquidez para o período, notadamente para a exportação. No momento, a Bolsa de Nova York está trabalhando com preços na faixa de 85,00 centavos de dólar por libra-peso. Com o câmbio, já é um valor acima do Indicador Esalq.
Nas lavouras do Brasil, no momento, os produtores estão mais focados no plantio e realizam vendas conforme os negócios vão aparecendo. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até o dia 20 de janeiro, a área prevista para o algodão 2023/2024 foi 56,6% semeada, avanço de 19,7% na semana e de 2,3% entre as safras. No Piauí, os trabalhos de campo tinham alcançado 90%. Em Mato Grosso, o principal Estado produtor, o plantio da safra atingiu 56,48% da área prevista no dia 19 de janeiro, segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), avanço de 19,82% em relação à semana anterior. Os trabalhos de campo estão adiantados em relação a igual época da safra 2023/2024, quando a semeadura atingia 25,47%, e à média de cinco anos do plantio, de 38,35%. A comercialização de algodão em pluma no Estado já atingiu 51,65% da produção esperada. Em relação ao caroço, as vendas atingiram 9,06%. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.