08/Feb/2024
O mercado interno de algodão segue com movimentação fraca, apesar da leve aquecida na última semana. Os negócios são mais atrativos e intensos para exportação, com lotes de qualidade superior negociados a preços mais altos; o produto inferior fica no mercado doméstico. Tradings procuram algodão para atender demanda principalmente da China e de países como Vietnã e Afeganistão. A paridade também estimula as negociações externas. Têm saído negócios entre 84,00 e 86,00 centavos de dólar por libra-peso acima do valor praticado no mercado interno, com oferta entre R$ 4,15 e R$ 4,20 por libra peso, acima, portanto, dos cerca de R$ 4,00 do Indicador Cepea/Esalq. O Indicador com pagamento em 8 dias caiu 0,60%, para R$ 3,99 por libra-peso. No mês, o aumento é de 0,20%.
A demanda interna ainda está restrita, com indústrias apontando dificuldades nas transações de manufaturados e oferecendo preços mais baixos. O algodão de qualidade inferior está cotado abaixo do Indicador. Até é possível encontrar produto melhor, mas com preços acima do Indicador. Na semana passada, foram negociados pequenos volumes de qualidade premium para indústrias têxteis de São Paulo e Santa Catarina com faturamento no valor Cepea/Esalq a fixar e outros lotes a preços fixos entre R$ 4,10 e R$ 4,20 por libra-peso. No momento, os grandes grupos já estão fechando contratos, com boa parte da safra 2023/2024 já negociada. As indústrias têxteis estão mais motivadas a comprar, mas a grande demanda segue para a exportação.
A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) informou exportação em janeiro de 250,26 mil toneladas de algodão, volume 101,8% maior que as 123,99 mil toneladas embarcadas em igual mês do ano passado. Na comparação com dezembro de 2023, com exportações de 350,79 mil toneladas de algodão, houve queda de 28,7%. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a colheita da safra 2023/2024 avança em ritmo acelerado, tendo atingido 88,7% da área prevista até o dia 3 de fevereiro. Entre os Estados que ainda cultivam a pluma, os trabalhos de campo estão mais avançados em Mato Grosso (90,3%) e mais lentos na Bahia, com 81,3% das lavouras implantadas. Em Mato Grosso, principal Estado produtor, a produção de algodão em caroço deve ser de 5,83 milhões de toneladas, 3,79% maior que a do ciclo 2022/2023, informou o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).
A área para a cultura foi estimada em 1,36 milhão de hectares, 0,86% maior que prevista no último levantamento, de janeiro, e 13,57% superior à da safra 2022/2023. Segundo o Conselho Consultivo Internacional do Algodão (Icac), a produção mundial de algodão deve somar 24,48 milhões de toneladas na temporada 2023/2024, que começou oficialmente em agosto. O volume representa queda de 1,45% ante a estimativa para a temporada 2022/2023, de 24,84 milhões de toneladas. O consumo global em 2023/2024 deve aumentar 0,34% ante a temporada anterior, para 23,76 milhões de toneladas. As exportações devem aumentar 10,42%, para 8,90 milhões de toneladas. Os estoques finais devem crescer 3,67%, para 22,01 milhões de toneladas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.