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26/Feb/2024

Tendência baixista para preços internos do algodão

O preço do algodão deve cair. A avaliação é de Walter Horita, que está entre os maiores produtores da pluma no Brasil. Ele avalia que não há motivos para as cotações estarem nos níveis atuais, acima de 90,00 centavos de dólar por libra-peso. Na quinta-feira (22/02), o mercado da commodity na Bolsa de Nova York voltou a subir. O contrato para maio fechou a 94,46 centavos de dólar por libra (+1,32%), mantendo uma trajetória de alta que já dura pelo menos duas semanas. Até então, o preço da pluma estava em 84,00 centavos de dólar por libra-peso. O Indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) acumulou alta de 7,24% na parcial do mês, até o dia 21 de fevereiro, quando ficou em R$ 4,27 por libra-peso. No dia 1º de fevereiro, a referência era de R$ 3,94 por libra-peso.

A cotação deve se estabilizar em breve em torno de 75,00 e 80,00 centavos de dólar por libra-peso. O algodão é a principal fonte de receita do Grupo Horita. O que começou, 40 anos atrás, em uma área de 1,2 mil hectares, hoje é um conglomerado com 150 mil hectares de área total e 115 mil cultivados. Neste ano, a empresa plantou 40 mil hectares com a pluma em fazendas que ficam em Correntina, São Desidério e Luís Eduardo Magalhães. A colheita começa em junho, com a expectativa de produzir, pelo menos, 360 arrobas por hectare. Na temporada passada, o rendimento foi de 380 arrobas por hectare. O Brasil pode superar os Estados Unidos ainda em 2024 e se tornar o maior exportador mundial da pluma.

E está no caminho também para liderar a produção global, deixando para trás Estados Unidos e China. O País tem área para elevar a produção, tecnologia e a produtividade de cerca de 300 arrobas por hectare é mais que o dobro da norte-americana, de 160 arrobas por hectare, com qualidade equivalente e sem os pesados subsídios que permitem ao produtor de algodão dos Estados Unidos abandonar áreas e receber o valor do seguro. O cotonicultor brasileiro, diferente do norte-americano, não precisa de subsídios. O que o produtor precisa é de investimento do governo em infraestrutura de portos e estradas para baixar o custo da logística para exportar.

O Grupo Horita também cultiva 13 mil de milho (apenas uma safra) e 62 mil de soja por ano. Analisando o atual cenário, de queda nos preços da oleaginosa no mercado internacional, Walter Horita não vê razões para uma inversão de tendência, mesmo com a quebra na produção brasileira. Os Estados Unidos devem plantar mais soja e a Argentina deve colher mais que o dobro da safra 2022/2023. Falta conhecimento ao produtor que fica segurando os grãos na expectativa de aumento do preço. Em vez de torcer para o preço subir, é preciso fazer uma análise de mercado e planejar as vendas para ser bem-sucedido, disse. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.