12/Apr/2024
A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) respondeu às acusações da Organização Não Governamental (ONG) britânica Earthsight que publicou um relatório que afirma haver ligações entre o algodão usado em roupas das redes Zara e H&M e terras com suspeita de grilagem e desmatamento no Cerrado brasileiro. Na resposta, a Abrapa diz que leva as alegações a sério e que está comprometida em tratá-las com a máxima urgência, transparência e integridade. A Abrapa condena inequivocamente quaisquer práticas que prejudiquem a conservação ambiental, violem os direitos humanos ou prejudiquem as comunidades locais.
Segundo a entidade, a investigação da Earthsight é de conhecimento da associação desde setembro de 2023, quando a ONG procurou os representantes da cadeia produtiva no Brasil para falar sobre as alegações. Sem demora, a Abrapa, em colaboração com os produtores mencionados, forneceu à Earthsight as evidências legais e técnicas para abordar e contrapor as afirmações. Infelizmente, estas foram largamente ignoradas no relatório publicado nesta quinta-feira (11/04). As respostas fornecidas pela Abrapa e pelas fazendas acusadas na ocasião estão disponíveis no site da Earthsight. A Abrapa diz que há 25 anos atua na promoção de melhorias trabalhistas e ambientais nas fazendas, inclusive por meio do programa Algodão Responsável (ABR), iniciado em 2012, e de parcerias internacionais como a Better Cotton.
O grupo de governança multissetorial promove melhores padrões no cultivo de algodão em 22 países. A investigação da Earthsight considera "falhos" os métodos de fiscalização da organização. Segundo a Abrapa, a produção responsável de algodão é um dos pilares da organização, que trabalha com um forte foco em garantir o pleno cumprimento da legislação ambiental brasileira, reduzir acidentes de trabalho, promover o desenvolvimento humano das comunidades rurais e melhorar a saúde do solo. A associação ainda afirma que não emite certificados de sustentabilidade nem verifica o atendimento aos critérios do ABR. A associação não aprova ou reprova fazendas que participam dos programas Algodão Brasileiro Responsável (ABR) ou Better Cotton.
Todas as auditorias e certificações, nesses programas, são realizadas por meio de inspeções anuais no local por empresas de auditoria terceirizadas independentes que têm total liberdade para negar a certificação a fazendas que não atendem aos requisitos internacionais. Por fim, a Abrapa saúda a inspeção e a verificação de terceiros que estão sendo conduzidas por uma consultoria independente contratada pela Better Cotton para investigar minuciosamente as alegações feitas pela Earthsight e examinar as evidências e respostas fornecidas pelos agricultores e pelos organismos de certificação ABR independentes.
A Abrapa assegurou aos stakeholders, incluindo consumidores, varejistas e parceiros internacionais, que permanece firme no compromisso com práticas éticas e sustentáveis na indústria algodoeira brasileira. Na quarta-feira (10/04), antes mesmo da publicação do relatório da Earthsight, a SLC Agrícola, um dos grupos citados no mesmo relatório, tendo conhecimento da publicação do documento, disse que prestou informações sobre a fazenda de Correntina (BA) em agosto passado. O grupo afirmou que o imóvel da área de Capão do Modesto, citado no relatório, é de propriedade da Agrícola Xingu e a SLC Agrícola não opera nessa área. Além disso, a SLC afirma que os incêndios florestais detectados na área de Cerrado não possuem qualquer tipo de vinculação a processos de desmatamentos ou conversões de áreas naturais e que não foram originados por nenhuma atividade desenvolvida pela empresa. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.