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04/Sep/2024

Preços do algodão pressionados no mercado interno

Após dois meses em alta, o valor médio do algodão em pluma caiu no mercado interno em agosto, voltando a operar abaixo dos R$ 4,00 por libra-peso. A pressão veio da menor paridade de exportação, devido à desvalorização externa, da necessidade de vendedores em “fazer caixa” e dos avanços da colheita e do beneficiamento. Entre 31 de julho e 30 de agosto, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, caiu 4,65%, fechando a R$ 3,88 por libra-peso no dia 30 de agosto. Trata-se da queda mais intensa desde março/2024, quando o recuo foi de 6,3%, e do menor valor desde 12 de junho de 2024 (R$ 3,87 por libra-peso). Especificamente nos últimos sete dias, o Indicador registra baixa de 1,66%, cotado a R$ 3,88 por libra-peso.

A média mensal de agosto foi de R$ 4,00 por libra-peso, sendo 1,86% abaixo da média de julho/2024 e 5,12% inferior à de agosto/2023, em termos reais (deflacionamento pelo IGP-DI de julho/2024). Em dólar, em agosto, a média do Indicador à vista foi de 71,95 centavos de dólar por libra-peso, 5,7% superior à média do primeiro vencimento na Bolsa de Nova York, de 68,05 centavos de dólar por libra-peso, porém, 9,9% menor que a média do Índice Cotlook A (79,82 centavos de dólar por libra-peso). Entre 31 de julho e 30 de agosto, a paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) fechou em R$ 3,92 por libra-peso (69,48 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e em R$ 3,93 por libra-peso (69,67 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente.

Na Bolsa de Nova York, entre 31 de julho e 30 de agosto, o vencimento Outubro/2024 se valorizou 2,66%, a 69,79 centavos de dólar por libra-peso no dia 30 de agosto; para o Dezembro/2024, a alta foi de 1,45%, a 69,99 centavos de dólar por libra-peso; para Março/2025, de 1,39%, a 71,65 centavos de dólar por libra-peso e, para Maio/2025, de 1,31%, a 72,89 centavos de dólar por libra-peso. Dados da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) mostram que 86,22% da área brasileira da safra 2023/2024 havia sido colhida até o dia 29 de agosto, sendo que 34,55% da produção esperada foi beneficiada. Na Bahia, o segundo maior Estado produtor do Brasil, 82,47% da produção havia sido colhida até o dia 29 de agosto; e 55%, beneficiada. Em Mato Grosso, no mesmo período, a colheita somava 87% da área; e o beneficiamento, apenas 28% do volume retirado.

Relatório divulgado no dia 29 de agosto pelo Cotton Outlook prevê a produção mundial 2024/2025 em 25,115 milhões de toneladas, apenas 0,20% maior que o volume esperado para 2023/2024 (25,448 milhões de toneladas), mas retração de 1,31 milhão de toneladas frente ao estimado em julho. O consumo mundial está projetado em 24,371 milhões de toneladas na temporada 2024/2025, retração de 1,26% se comparado ao da 2023/2024, mas avanço de 1,06% frente ao estimado em julho/2024. Logo, a oferta global superaria em 3,05% a demanda. Para o Brasil, especificamente, a estimativa de oferta para a safra 2023/2024 passou de 3,636 milhões de toneladas para 3,644 milhões de toneladas (+0,39%). Para a temporada 2024/2025, a produção segue estável, em 3,65 milhões de toneladas, ficando somente 0,16% superior à safra anterior. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.