04/Dec/2024

Os preços do algodão em pluma subiam em novembro, sobretudo no encerramento do mês. Além do aumento da demanda, o movimento de alta esteve atrelado à forte valorização do dólar frente ao Real e ao consequente avanço na paridade de exportação. Vale lembrar que esse cenário incentiva as exportações da pluma em detrimento de negociá-la no mercado doméstico. Atentos à valorização do dólar, os vendedores estiveram firmes em suas ofertas. Os compradores, com necessidades mais urgentes, se dispuseram a pagar valores maiores nas novas aquisições no spot. Empresas estiveram comprando lotes de pluma para manutenção dos estoques de final de ano e para garantir a matéria-prima para atender à necessidade de curto prazo.

Comerciantes buscaram a pluma para negócios “casados” e para atender programações realizadas anteriormente. Assim, entre 31 de outubro e 29 de novembro, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, subiu 3,35%, a R$ 4,06 por libra-peso no dia 29 de novembro, o maior valor desde 6 de agosto deste ano. Especificamente nos últimos sete dias, o Indicador acumula alta de 2,54%. Em novembro, o Indicador ficou, em média, 4,2% abaixo da paridade de exportação, a maior desvantagem das vendas internas sobre as externas desde outubro/2023. Entre 31 de outubro e 29 de novembro, a paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) subiu 3,26%, passando para R$ 4,28 por libra-peso (71,39 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 4,29 por libra-peso (71,56 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente.

O impulso veio da valorização de 3,89% do dólar frente ao Real em novembro. Na Bolsa de Nova York, de 31 de outubro a 29 de novembro, o vencimento Dezembro/2024 se valorizou 5,43%, a 73,35 centavos de dólar por libra-peso; o Março/2025 subiu 0,14%, a 71,93 centavos de dólar por libra-peso; o Maio/2025, teve retração de 0,65%, a 72,98 centavos de dólar por libra-peso e, para Julho/2025, a baixa foi de 1,1%, a 73,93 centavos de dólar por libra-peso. Dados divulgados no dia 2 de dezembro pelo Comitê Consultivo Internacional do Algodão (Icac) trouxeram números semelhantes aos do mês anterior. A produção mundial da safra 2024/2025 foi estimada em 25,299 milhões de toneladas, com reajuste mensal positivo de apenas 0,1%, mas 4,88% superior à de 2023/2024.

As estimativas de consumo mundial de algodão ficaram inalteradas, em 25,404 milhões de toneladas, com aumento de 1,7% se comparado ao da safra 2023/24 e apenas 0,42% acima da produção. No entanto, a exportação mundial recuou 2,01% frente à temporada passada, podendo chegar a 9,673 milhões de toneladas na safra 2024/2025. O estoque final foi projetado em 18,538 milhões de toneladas, 0,15% acima do estivado em novembro/2024 e leve baixa de 0,13% em relação à safra 2023/2024. Quanto ao preço da temporada 2024/2025, o Icac aponta média do Índice Cotlook A de 94,00 centavos de dólar por libra-peso, variando de 92,00 a 97,00 centavos de dólar por libra-peso.

Relatório divulgado no dia 29 de novembro pelo Cotton Outlook estimou a produção mundial da temporada 2024/2025 em 25,529 milhões de toneladas, reajuste positivo de 0,81% frente aos dados de outubro/2024 e 2,13% maior que o volume esperado para 2023/2024 (24,997 milhões de toneladas). O consumo mundial está projetado em 24,509 milhões de toneladas na temporada 2024/2025, elevação de 0,49% se comparado ao mês anterior e avanço de 1,6% frente à safra 2023/2024. Logo, a oferta global superaria em 4,16% a demanda. Para o Brasil, especificamente, a estimativa de oferta passou de 3,673 milhões de toneladas para 3,836 milhões de toneladas na safra 2024/2025 (+4,4%). Para o consumo brasileiro, a projeção está em 710 mil toneladas na temporada 2024/2025, reajuste negativo de 1,39% no comparativo mensal, mas 2,16% acima do estimado na safra anterior (695 mil toneladas). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.