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06/Jan/2025

Safra recorde em 2025 e demanda global enfraquecida

O mercado de algodão terminou 2024 pressionado pela demanda global enfraquecida, mas com perspectivas mais positivas para 2025 diante da possível reversão do ciclo de alta de juros nos Estados Unidos. O Brasil mantém a liderança nas exportações mundiais e projeta produção de 3,7 milhões de toneladas na safra 2024/2025, de acordo com dados do Cotton Outlook. Mesmo com a desvalorização externa, o mercado brasileiro sustenta preços mais firmes. O Indicador Cepea/Esalq, com pagamento em 8 dias, atingiu a média de R$ 4,125 por libra-peso, superando em 4,1% a média de novembro. A inflação alta nos Estados Unidos e na Europa, combinada com juros elevados, reduziu a compra de produtos discricionários. Isso afetou diretamente o consumo de têxteis, já que roupas são itens que o consumidor pode postergar a compra em momentos de aperto no orçamento.

Além disso, a posição firme dos vendedores no mercado doméstico ajudou a sustentar os preços, aproveitando o elevado patamar do dólar. A perspectiva de redução nos juros americanos em 2025, sinalizada pelo Fed dos Estados Unidos em dezembro, traz um viés mais positivo para o setor. Apesar de numericamente não ser tão grande, essa reversão mostra uma tendência muito positiva. Inflação sob controle nos Estados Unidos e redução nos juros em algum momento vão resultar num aumento do poder de compra do salário americano e aí voltamos a ter uma demanda saudável. O cenário global segue marcado pelo excesso de oferta. O Cotton Outlook projeta produção mundial de 25,978 milhões de toneladas na temporada 2024/2025, avanço de 3,75% acima do volume esperado para 2023/2024. O consumo mundial está estimado em 24,444 milhões de toneladas, com a oferta superando em 6,3% a demanda. As compras chinesas, tradicionalmente concentradas no segundo semestre, foram mais tímidas em 2024.

O Brasil, contudo, segue diversificando seus mercados. Com projeções de exportar 2,73 milhões de toneladas em 2025, a capacidade logística do País tem sido questionada. O desafio está mais na concentração das exportações em determinados períodos do que na capacidade total. O desenvolvimento de rotas alternativas, como o Porto de Salvador, ainda é incipiente, mas necessário para o futuro próximo. A recente valorização do dólar, que ultrapassou R$ 6,20, tem impacto limitado na rentabilidade do produtor. 85% do custo de produção é em dólar. A moeda para o produtor, de maneira geral, é o dólar. O setor desenvolveu estratégias de proteção cambial, com cerca de 70% do algodão brasileiro sendo vendido antecipadamente. O produtor já entendeu há muito tempo que precisa estar com as moedas casadas, não pode estar aberto ao risco cambial. No mercado internacional, a paridade de exportação na condição FAS é de R$ 4,13 por libra-peso no porto de Santos (SP). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.