19/Mar/2025
As valorizações externas e a disposição de compradores brasileiros em pagar valores mais elevados em lotes de pluma dentro das características desejadas e/ou com qualidade superior sustentam o movimento de alta nos valores médios do algodão em pluma no mercado spot nacional. Vale lembrar que, desde dezembro/2024, os preços da pluma seguem oscilando em um pequeno intervalo, e que, ainda assim, os atuais patamares são os maiores em um ano. Os produtores estão focados no cumprimento dos contratos com a pluma, fazendo caixa com a venda de soja. Assim, boa parte dos produtores está firme em suas ofertas pelos lotes da pluma da safra 2023/2024 e mostra interesse na comercialização antecipada envolvendo a pluma das próximas temporadas (2024/2025 e 2025/2026) destinadas aos mercados interno e externo. Quanto aos preços, a preferência é por valores a serem fixados posteriormente. No geral, as efetivações ainda são limitadas, devido ao ainda desacordo entre agentes, ora quanto ao preço ora quanto à qualidade dos lotes.
O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra alta de 0,21% nos últimos sete dias, cotado a R$ 4,21 por libra-peso. No acumulado do mês, o avanço é de 0,93%. A média da parcial de março, de R$ 4,22 por libra-peso, está 8,8% acima da paridade de exportação. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 3,86 por libra-peso (68,11 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 3,87 por libra-peso (68,30 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, os primeiros contratos estão em alta, influenciados pelo fortalecimento no valor do petróleo e pelo avanço nos dados de vendas da pluma norte-americana. É importante considerar a preocupação dos agentes em relação à tarifa de 15% aplicada ao algodão dos Estados Unidos, que é vista como uma resposta à tarifa de 20% imposta sobre produtos chineses pelo atual governo norte-americano.
Nos últimos sete dias, o vencimento Maio/2025 tem valorização de 1,48%, a 66,98 centavos de dólar por libra-peso; o contrato Julho/2025 registra avanço de 1,53%, a 68,24 centavos de dólar por libra-peso; o Outubro/2025, apresenta elevação de 1,01%, a 69,81 centavos de dólar por libra-peso; e o Dezembro/2025, tem alta de 1,75%, a 69,86 centavos de dólar por libra-peso. Em relatório divulgado no dia 13 de março, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontou reajustes positivos na produção nacional de pluma da safra 2024/2025, de 1,61% frente aos dados de fevereiro/2025 e de 3,3% em comparação à temporada 2023/2024, podendo chegar a 3,822 milhões de toneladas, um recorde. A área cultivada é estimada em 2,043 milhões de hectares, elevação de 0,31% no comparativo mensal e alta de 5,1% com relação à safra 2023/2024. A produtividade nacional é prevista com redução de 1,7% sobre a temporada anterior, em 1.870 Kg por hectare, mas a Conab fez um reajuste positivo de 1,29% frente ao relatório anterior. Os acréscimos nas previsões do Brasil estão ligados às perspectivas para Mato Grosso, uma vez que a produção subiu 2,3% de um mês para o outro e passou a ficar 0,5% maior que a temporada passada, para 2,665 milhões de toneladas.
Isso é resultado do aumento de produtividade no Estado, de 1,69% no comparativo mensal, mas ainda com retração de 1,6% frente à safra anterior, em 1.844 Kg por hectare. A projeção da área cultivada está em 1,445 milhão de hectares em março, aumento de 0,59% frente aos dados do relatório anterior e elevação de 2,1% em relação à safra 2023/2024. Vale considerar que, para a Bahia, o segundo maior Estado produtor, houve reajuste mensal positivo de 0,63% tanto para a produtividade como para a produção. Dados divulgados no dia 11 de março pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicam a produção mundial de algodão da safra 2024/2025 em 26,336 milhões de toneladas, elevação de 0,04% frente aos dados de fevereiro/25 e alta de 7,1% em relação aos da temporada 2023/2024. O consumo mundial, por sua vez, foi projetado em 25,375 milhões de toneladas, reajuste positivo de 0,5% frente aos dados do mês anterior e 1,5% superior aos do mesmo período de 2024. Dessa forma, a oferta deve ficar 3,79% acima da demanda na temporada 2024/2025.
Para as transações mundiais, são previstas que 9,294 milhões de toneladas sejam importadas em 2024/25, aumento de 0,5% em relação ao mês passado, mas queda de 3% frente à safra anterior. Reajustes mensais positivos foram feitos para Bangladesh (2,5%) e Paquistão (9,9%) e negativos, para a China (-6,8%). Na exportação, a estimativa é que some 9,298 milhões de toneladas, alta de 0,5% frente ao apontado em fevereiro/2025, mas retração de 4,3% em relação à safra 2023/2024. Para o Brasil, especificamente, houve reajuste na exportação de forma positiva de um mês para o outro (+1,5%) e elevação de 5,6% no volume embarcado na temporada 2024/2025, totalizando 2,83 milhões de toneladas, um recorde para o País. O estoque mundial é estimado em 17,055 milhões de toneladas na temporada 2024/2025, recuo de 0,1% frente ao apontado no mês anterior, mas aumento de 6,3% em relação à safra 2023/2024. Quanto os preços, o valor médio pago ao produtor norte-americano na safra 2024/2025 está em 63,00 centavos de dólar por libra-peso, recuo de 0,79% frente ao estimado em fevereiro/2025 (63,50 centavos de dólar por libra-peso). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.