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02/Apr/2025

Preços do algodão em elevado patamar no Brasil

Os valores do algodão em pluma registraram pequenos avanços ao longo de março, levando a média mensal ao maior patamar nominal em dois anos. A sustentação veio da posição firme de vendedores nesta entressafra. Esses agentes estão atentos à valorização nos contratos da Bolsa de Nova York e à alta do Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Os produtores estão se capitalizando com a entrega de contratos a termo e/ou até mesmo com a comercialização da soja da nova temporada. Quanto aos negócios, por mais um mês, a dificuldade em acordar ora o preço ora a qualidade dos lotes disponibilizados limitou os fechamentos no spot nacional. Os compradores adquiriram a fibra de forma pontual, a fim de atender à necessidade imediata e/ou para repor estoques. Algumas indústrias que precisaram da pluma de qualidade superior chegaram a ofertar valores maiores, na tentativa de atrair vendedores, mas, ainda assim, tiveram dificuldade na aprovação.

Nesse cenário, entre 28 de fevereiro e 31 de março, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, subiu 0,92%, fechando a R$ 4,21 por libra-peso no dia 31 de março, trata-se do segundo mês consecutivo de aumento. Especificamente nos últimos sete dias, a alta é de 0,46%. A média de março, de R$ 4,21 por libra-peso, ficou 8,4% superior à paridade de exportação. Em termos nominais, a média da cotação é a maior desde abril/2023, quando chegou a R$ 4,31 por libra-peso. Além disso, a média mensal ficou 1,71% acima da de fevereiro/2025, mas 8,32% inferior à de março/2024, em termos reais (valores deflacionados pelo IGP-DI de fevereiro/2025). Em dólar, no mês, a média do Indicador à vista foi de 73,19 centavos de dólar por libra-peso, 11,4% superior à do primeiro vencimento na Bolsa de Nova York, de 65,68 centavos de dólar por libra-peso, mas 5,7% abaixo da média do Índice Cotlook A, de 77,66 centavos de dólar por libra-peso.

A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) recuou 1,34% entre 28 de fevereiro e 31 de março, passando para R$ 3,92 por libra-peso (68,78 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e R$ 3,93 por libra-peso (68,97 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR) no dia 31 de março, com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, de 28 de fevereiro a 31 de março, o contrato Maio/2025 avançou 2,42%, a 66,83 centavos de dólar por libra-peso no dia 31 de março; o contrato Julho/2025 subiu 2,41%, a 67,99 centavos de dólar por libra-peso; para Outubro/2025, houve aumento de 2,68%, a 69,84 centavos de dólar por libra-peso, e, para Dezembro/2025, de 3,01%, a 69,92 centavos de dólar por libra-peso. Segundo dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) no dia 31 de março, a semeadura nos Estados Unidos para o ano-safra 2025/2026 pode somar 3,99 milhões de hectares, 11,76% inferior à área cultivada em 2024/2025 (4,53 milhões de hectares) e 4,2% abaixo da temporada 2023/2024 (4,17 milhões de hectares). Sendo assim, são esperadas reduções de área em todos os Estados produtores de algodão norte-americano, exceto Arizona e Kansas.

Para o Texas, principal estado produtor, a área foi prevista em 2,24 milhões de hectares, queda de 7,62% frente à temporada anterior (2,42 milhões de hectares). Dados divulgados no dia 1º de abril pelo Comitê Consultivo Internacional do Algodão (Icac) apontam a produção mundial da safra 2024/2025 em 25,898 milhões de toneladas, reajuste positivo de 0,82% frente ao relatório de março/2025 e 7,38% superior à de 2023/2024. O consumo mundial de algodão, por sua vez, ficou estável de um mês para o outro, podendo chegar em 25,527 milhões de toneladas, com elevação de 2,27% sobre o da safra 2023/2024 e 1,43% abaixo da oferta. No entanto, a exportação mundial teve crescimento de 0,93% no comparativo mensal e elevação de 0,65% frente à temporada anterior, devendo somar 9,95 milhões de toneladas na 2024/2025. O estoque final foi projetado em 19,203 milhões de toneladas, altas de 1,94% em relação à safra 2023/2024 e de 2,28% sobre os dados de março/2025. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.