09/Apr/2025

As tensões comerciais, especialmente entre Estados Unidos e China, vêm gerando incertezas e oscilações nos preços futuros, resultando em cautela nas negociações no mercado físico de algodão em pluma. No Brasil, a disparidade de valores e/ou qualidade dos lotes continua limitando a comercialização na entressafra, com as médias ainda oscilando em um pequeno intervalo. Os compradores se mantêm retraídos, mostrando interesse em adquirir o produto apenas para reposição de estoques, enquanto os vendedores seguem firmes em suas ofertas, focados no cumprimento de contratos a termo.

O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra leve queda de 0,17% nos últimos sete dias, cotado a R$ 4,20 por libra-peso. A média neste início de abril, de R$ 4,20 por libra-peso, supera em 6,5% a paridade de exportação. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 3,94 por libra-peso (66,66 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 3,95 por libra-peso (66,84 por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook, referente à pluma posta no Extremo Oriente.

Na Bolsa de Nova York, as cotações estão pressionadas neste início de abril pelo impacto das tarifas impostas nas negociações entre Estados Unidos e China. Nos últimos sete dias, o contrato Maio/2025 tem baixa de 1,26%, 65,99 centavos de dólar por libra-peso; o contrato Julho/2025 registra queda de 1,62%, a 66,89 centavos de dólar por libra-peso; para Outubro/2025, há queda de 1,65%, a 68,69 centavos de dólar por libra-peso e, para Dezembro/2025, baixa de 2,42%, a 68,23 centavos de dólar por libra-peso. Vale considerar que, no dia 4 de abril, o vencimento Dezembro/2025 registrou seu menor nível desde a abertura, de 66,16 centavos de dólar por libra-peso.

Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que, em março, as exportações brasileiras de algodão em pluma somaram 239,06 mil toneladas, volume 13% inferior ao embarcado em fevereiro/2025 e 5,4% menor que o de um ano atrás. O preço médio da pluma exportada foi de 75,00 centavos de dólar por libra-peso em março, recuo de apenas 1,8% no comparativo mensal (76,34 centavos de dólar por libra-peso) e de 13,9% no anual (87,10 centavos de dólar por libra-peso). Em moeda nacional, o valor recebido pela pluma exportada foi de R$ 4,30 por libra-peso, superando em somente 2,2% o praticado no mercado interno (R$ 4,21 por libra-peso).

Essa é a menor vantagem desde agosto/2023, quando a cotação nacional ficou acima do valor exportado. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até o dia 6 de abril, 50% das lavouras brasileiras da safra 2024/2025 estavam em formação de maçãs; 45,3%, em floração; 2,9%, em desenvolvimento vegetativo; e 1,8% estava em maturação. Nos Estados Unidos, os primeiros dados quanto ao ritmo de cultivo apontam que 4% das áreas previstas para o algodão foram semeadas até 6 de abril. No mesmo período do ano anterior, eram 5% das áreas e, na média das cinco safras anteriores, 6%. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.