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10/Apr/2025

Preço do algodão sustentado por câmbio e prêmios

O mercado de algodão continua pressionado no exterior pelo agravamento das tensões comerciais entre Estados Unidos e China, que têm causado impacto direto nos preços futuros da commodity na Bolsa de Nova York. No Brasil, apesar da retração nas cotações internacionais, o dólar mais alto e o avanço dos prêmios sustentam os preços internos da pluma, que continuam acima da paridade de exportação. Nos últimos sete dias, o Indicador Cepea, com pagamento em 8 dias, oscilou dentro de uma faixa estreita e acumula queda de 0,17%. Na média parcial de abril, o valor está 6,5% acima da paridade, sinal de um mercado ainda firme. Mesmo com a queda na Bolsa de Nova York, o prêmio subiu e o câmbio mais desvalorizado tem garantido uma boa formação de preço em Reais.

Os fundamentos de oferta e demanda globais seguem em segundo plano diante da escalada da guerra comercial entre as duas potências. É um mercado extremamente político. O algodão, assim como a soja, está no centro da disputa tarifária, e isso mexe de forma volátil e robusta com os preços. O fluxo comercial entre Estados Unidos e China é muito relevante para o algodão, e qualquer barreira imposta nessa rota tende a redirecionar a demanda para outros fornecedores, como o Brasil. Esse reposicionamento favorece a pluma brasileira. Na Bolsa de Nova York, os contratos futuros encerraram a semana passada em baixa e voltaram a subir nesta quarta-feira (09/04), impulsionados pela queda do índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas.

No campo, 50% das lavouras brasileiras de algodão da safra 2024/2025 estavam em formação de maçãs até o dia 6 de abril, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O restante está entre floração (45,3%) e desenvolvimento vegetativo. Nos Estados Unidos, o plantio cobre 4% das áreas previstas, em linha com o ritmo do ano passado. Do lado das exportações, dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) indicam que o Brasil embarcou 239 mil toneladas de algodão em março, volume 13% menor que em fevereiro e 5,4% abaixo do registrado um ano antes. O preço médio da pluma exportada foi de 75,00 centavos de dólar por libra-peso, com queda de 13,9% em relação a março de 2024. Em Reais, a remuneração ficou em R$ 4,30 por libra-peso, apenas 2,2% acima do valor interno, o menor diferencial desde agosto do ano passado.

Com essa margem apertada, o produtor segue priorizando contratos já firmados e ainda resiste a negociar grandes volumes no spot. No setor têxtil, os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam crescimento da indústria no comparativo anual, com destaque para a tecelagem (alta de 34,9%) e para a fabricação de tecidos de malha (3,6%). Segmentos como fiação e tricotagem ainda enfrentam retração. O algodão continua com fundamentos pressionados globalmente, mas o Brasil tem conseguido manter preços firmes no mercado interno, sustentado por câmbio e prêmios. O curto prazo deve seguir favorável à venda, até porque o produtor precisa fazer caixa e o momento ainda permite margens razoáveis. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.