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16/Apr/2025

Preços do algodão firmes no mercado doméstico

Nesta entressafra, a dificuldade de acordo entre os agentes, ora quanto ao preço ora quanto à qualidade dos lotes, continua limitando as negociações no mercado de algodão em pluma. Boa parte dos produtores já liquidou os estoques da safra 2023/2024, e os vendedores que ainda detêm algum volume estão firmes nos valores pedidos. Além disso, estes agentes seguem entregando contratos a termo. Sendo assim, os compradores com necessidade imediata e/ou que precisam de uma qualidade superior tiveram que pagar preços maiores para novas aquisições. Esse cenário somado à elevação na paridade de exportação dá suporte à cotação interna, que atinge o maior patamar desde março/2024. Outras empresas, por sua vez, ainda ofertam valores inferiores para novas compras, indicando estar preocupadas com o repasse dos reajustes para os manufaturados. Vale considerar que players também estão buscando nas negociações envolvendo as duas próximas temporadas (2024/2025 e 2025/2026).

O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra avanço de 1,64% nos últimos sete dias, cotado a R$ 4,27 por libra-peso, o maior valor nominal desde 4 de março de 2024 (de R$ 4,33 por libra-peso). Na parcial deste mês, o Indicador acumula alta de 1,47%. A média na parcial de abril, de R$ 4,22 por libra-peso, supera em 6,7% a paridade de exportação. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 3,98 por libra-peso (68,07 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 3,99 por libra-peso (68,25 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, as cotações seguem enfraquecidas por mais uma semana, influenciadas pela retração no valor do petróleo no mercado internacional, pelo enfraquecimento nas vendas norte-americanas para o exterior e pelas tensões comerciais e tarifárias entre Estados Unidos e China.

O contrato Maio/2025 registra recuo de 2,88% nos últimos sete dias, a 64,09 centavos de dólar por libra-peso; o contrato Julho/2025, tem baixa de 2,3%, a 65,35 centavos de dólar por libra-peso; para Outubro/2025, a queda é de 2,08%, a 67,26 centavos de dólar por libra-peso, e, para Dezembro/2025, de 1,89%, a 66,94 centavos de dólar por libra-peso. Em relatório divulgado no dia 10 de abril, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontou novos reajustes positivos na produção nacional de pluma da safra 2024/2025, de 1,8% frente aos dados de março/2025 e de 5,1% em comparação à temporada 2023/2024, podendo chegar a 3,89 milhões de toneladas, se consolidando como um recorde. A área cultivada é estimada em 2,079 milhões de hectares, elevação de 1,76% no comparativo mensal e alta de 6,9% com relação à safra 2023/2024.

A produtividade nacional é prevista com redução de 1,7% sobre a temporada anterior, em 1.871Kg por hectare, mas a Conab fez um leve reajuste positivo de 0,04% frente ao relatório anterior. Neste mês, o destaque é para a Bahia, que teve a sua projeção de área elevada em 4,78% se comparada aos dados de março/2025, indo para 407,9 mil hectares, expressivos 17,9% maior que a da safra anterior. Sendo assim, por mais que a produtividade do Estado possa recuar 1,7% frente à temporada 2023/2024, a produção deve chegar em 820,4 mil toneladas, altas de 4,78% no mês e de 15,8% sobre a safra anterior. Em Mato Grosso, a Conab também reajustou de forma positiva a área e a produção de março para abril, em respectivos 1,18% e 1,17%. Logo, o maior Estado produtor pode colher 2,696 milhões de toneladas na temporada 2024/2025. De março para abril, a expectativa do consumo doméstico saiu de 710 mil toneladas para 770 mil toneladas, aumento de 8,45%.

No entanto, o cenário ainda é incerto, devido aos juros elevados e à pressão que isso exerce sobre o consumo. Dados divulgados no dia 10 de abril pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicam a produção mundial de algodão da safra 2024/2025 em 26,32 milhões de toneladas, recuo de apenas 0,1% frente aos dados de março25 e alta de 7% em relação aos da temporada 2023/2024. O consumo mundial, por sua vez, foi projetado em 25,261 milhões de toneladas, reajuste negativo de 0,4% frente aos dados do mês anterior, mas 1,1% superior aos do mesmo período de 2024. Dessa forma, a oferta deve ficar 4,2% acima da demanda na temporada 2024/2025. Para as transações mundiais, são previstas que sejam importadas 9,223 milhões de toneladas em 2024/2025, retração de 0,8% em relação ao mês passado e queda de 3,8% frente à safra anterior. É importante mencionar que a China está atualmente em terceiro lugar no ranking das importações mundiais, com 1,415 milhão de toneladas.

No entanto, houve queda de 4,5% nas estimativas de compras chinesas em relação ao mês anterior, e o novo volume apontado pelo USDA é significativamente menor do que o da safra passada (-56,6%). Para as exportações mundiais são projetadas em 9,217 milhões de toneladas, baixa de 0,9% frente ao apontado em março/2025 e retração de 5,1% sobre a safra 2023/2024. Apenas o Brasil e Benin devem ter aumento nos embarques no comparativo com a temporada anterior. O estoque mundial é estimado em 17,17 milhões de toneladas na temporada 2024/2025, alta de 0,7% frente ao apontado no mês anterior e aumento de 6,9% em relação à safra 2023/2024. Para os Estados Unidos, especificamente, tirando o estoque no período da pandemia (2019/2020), o volume de 2024/2025 deve ser o maior em 15 anos, indo para 1,089 milhão de toneladas. Essa expectativa está atrelada à redução das exportações. Quanto aos preços, de acordo com o USDA, o valor médio pago ao produtor norte-americano na safra 2024/2025 segue estável, em 63,00 centavos de dólar por libra-peso. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.