24/Apr/2025
Segundo o Itaú BBA, a aplicação de tarifas de 125% sobre o algodão dos Estados Unidos deve enfraquecer a demanda chinesa pela pluma norte-americana e abrir espaço para o produto brasileiro. Os Estados Unidos respondem por 25% do total das exportações globais e qualquer lacuna deixada pelos norte-americanos poderá ser preenchida pelo Brasil. A China é o principal destino do algodão dos Estados Unidos, que divide a liderança de fornecimento com o Brasil. A mudança no fluxo global de exportações ocorre num momento de queda prolongada nos preços internacionais e firmeza no mercado interno. Na Bolsa de Nova York, a pluma caiu 1% em março e recuou mais 0,5% na primeira metade de abril, cotada a 65,50 centavos de dólar por libra-peso. Em contrapartida, em Rondonópolis (MT), os preços subiram 0,7% na quinzena, para R$ 4,01 por libra-peso, com suporte da entressafra e dos prêmios de exportação.
O prêmio em março foi de 4 pontos-base positivos, ante -14 pontos um ano antes. O cenário internacional tem sido pressionado por uma combinação de fatores: oferta mais ampla no mercado global, tensões geopolíticas e a possibilidade de uma recessão econômica mundial. A guerra tarifária afeta as perspectivas do mercado de algodão de maneira bastante negativa. Os Estados Unidos são o maior mercado de têxteis do mundo, enquanto a China lidera o consumo global. A relação entre ambos impacta diretamente a formação de preços da pluma. No lado da oferta, a produção chinesa foi novamente revisada para cima pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), alcançando 7 milhões de toneladas na safra 2024/2025, alta de 17% sobre a temporada passada e o maior volume em mais de dez anos.
Com isso, a China deve reduzir suas importações de 3,3 milhões para 1,4 milhão de toneladas. Ao mesmo tempo, o USDA projeta corte de 500 mil hectares (-11%) na área plantada dos Estados Unidos para a safra 2025/2026, com o milho ganhando espaço sobre o algodão e o Texas enfrentando seca severa. No Brasil, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) elevou a estimativa da safra 2024/2025 para 3,9 milhões de toneladas, 5,1% acima da temporada passada, o que pode estabelecer um novo recorde. As exportações também devem atingir marca histórica, com 3 milhões de toneladas previstas, alta de 7%. Até o momento, os embarques acumulam 2,2 milhões de toneladas no ano comercial (agosto-julho), avanço de 13,9% em relação ao mesmo período do ciclo anterior. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.