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24/Apr/2025

Preço do algodão segue firme no mercado interno

Os preços internos do algodão seguem firmes no Brasil, sustentados pelo bom ritmo das exportações e por um dólar ainda acima de R$ 5,80, apesar da leve desvalorização nas últimas sessões. No exterior, a Bolsa de Nova York voltou a subir nesta quarta-feira (23/04) após declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que indicou possível redução nas tarifas aplicadas à China, principal compradora da pluma. A movimentação trouxe alívio ao mercado, mas ainda sem alterar o quadro de incertezas sobre o comércio global da fibra. O Indicador da pluma com pagamento em 8 dias registra alta de 2,58% na parcial de abril. O valor representa o maior patamar nominal desde abril de 2023 e está 7,1% acima da paridade de exportação. O mercado interno tem sido sustentado por exportações firmes e pela cautela do vendedor no spot. Quem tem lote disponível está pedindo mais, e quem está focado no contrato a termo nem aparece para negociar. Além da demanda externa, o câmbio segue como peça central na formação dos preços no Brasil.

Se houver nova desvalorização do Real, o algodão brasileiro se torna mais competitivo e ajuda a manter o produtor firme. Mas, a Bolsa de Nova York também precisa reagir de forma consistente para dar sustentação no médio prazo. Na ICE Futures, os contratos futuros encerraram esta quarta-feira (23/04) em alta. O vencimento julho subiu 181 pontos (2,69%), e fechou 69,03 centavos de dólar por libra-peso, impulsionado pelo tom mais moderado de Donald Trump sobre a tarifa de 145% contra produtos chineses. Apesar da reação, os contratos ainda operam em uma faixa estreita e refletem a cautela do mercado diante das tensões geopolíticas. A área de algodão nos Estados Unidos está menor e pode haver algum risco climático, principalmente no sul do país, onde já se registram problemas com chuvas em outros anos. Se esse fator aparecer, pode ser o gatilho que falta para Bolsa de Nova York firmar uma tendência de alta. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que até o dia 20 de abril, 11% das áreas de algodão nos Estados Unidos estavam plantadas, ritmo em linha com o mesmo período do ano passado.

No Brasil, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) reportou que 82,4% das lavouras estavam na fase de formação de maçãs, com 10,6% em maturação. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as exportações brasileiras de algodão continuam aquecidas, mas a receita da cadeia têxtil recuou em março, com a balança comercial do setor registrando déficit de US$ 6,34 milhões, ante superávit de US$ 1,66 milhão em fevereiro. A queda nas receitas é atribuída à redução de preços médios e ao menor volume embarcado. A paridade de exportação é de R$ 3,89 por libra-peso no Porto de Santos (SP) e de R$ 3,90 por libra-peso no Porto de Paranaguá. Se o dólar voltar a subir e houver algum estresse climático nos Estados Unidos, o algodão pode reagir. Por ora, a firmeza é garantida pela postura dos vendedores e pelas exportações ainda em bom ritmo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.