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25/Apr/2025

EUA: guerra comercial agrava situação de produtores

As disputas comerciais iniciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, atingem produtores de algodão do país num momento em que eles já enfrentam uma conjuntura econômica difícil. Preços baixos de commodities, custos elevados de insumos e um cenário internacional volátil estão colocando os produtores contra a parede. Em 2025 até agora, os futuros de algodão negociados na Bolsa de Nova York acumulam perda de quase 2%. Em um ano, a desvalorização é de mais de 15%. A guerra tarifária entre Estados Unidos e China tem sido um dos principais fatores de pressão. Como a China é o maior consumidor mundial de algodão, qualquer instabilidade na demanda afeta os preços globais da fibra.

Agora, o Vietnã é o principal destino para o algodão dos Estados Unidos, com mais de 544.300 toneladas compradas no ano comercial corrente, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Em contraste, as vendas para a China no mesmo período representam menos de 30% desse volume. Contudo, o Vietnã está entre os países que enfrentam tarifas recíprocas dos Estados Unidos. Uma taxa de 46% foi imposta no começo de abril pelo governo norte-americano, que depois anunciou uma pausa de 90 dias nas tarifas.

Índia, Bangladesh e Paquistão, também grandes consumidores de algodão, enfrentam tarifas similares. Parte do setor ainda tem esperança de que não haverá retaliações, o que permitiria que as exportações continuassem sem obstáculos. Mas, se as tarifas dos Estados Unidos entrarem em vigor plenamente, o impacto poderá ser sentido diretamente pelos consumidores: roupas poderiam ficar 17% mais caras, e produtos têxteis em geral, cerca de 10%. Diferentemente de culturas como milho ou soja, o algodão é mais vulnerável às tarifas, pois gastos com vestuário são os primeiros a serem cortados em tempos de crise econômica.

Além disso, custos com insumos como sementes e fertilizantes seguem elevados e devem subir ainda mais com as novas tarifas. No caso do algodão, o custo com maquinário especializado é outro problema sério: o preço de uma nova colheitadeira de algodão ultrapassa US$ 1 milhão, e ela não é utilizável em lavouras como as de soja ou de milho. Com tantas adversidades, muitos produtores de algodão estão tendo sérios prejuízos. Segundo o Conselho Nacional do Algodão, os produtores já passaram do ponto de apenas perder dinheiro; agora estão perdendo a fazenda. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.