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30/Apr/2025

Preços do algodão firmes no mercado doméstico

A oferta brasileira recorde de algodão em pluma tem colocado o País em posição de destaque no mundo. Dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) deste mês indicam que a produção nacional já representa 14% do total global da temporada 2024/2025. As exportações da pluma, por sua vez, estão intensas e já correspondem por 30,5% dos embarques mundiais. Trata-se da maior participação da história e está, desde meados de 2024, acima da registrada para os Estados Unidos, de 25,8%, que, até então, sustentavam a primeira posição nesse ranking. De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em apenas nove meses da safra 2024/2025 (de agosto/2024 a abril/2025), o Brasil já exportou 2,35 milhões de toneladas, apenas 12% menos que o total escoado em toda a temporada anterior.

Em abril, em 17 dias úteis, foram embarcadas 210,1 mil toneladas de algodão em pluma, 12,1% abaixo do volume de março/2025 e 13% menor que o total de abril/2024. Ainda assim, a quantidade exportada na parcial de abril/2025 já é a segunda maior para o mês, abaixo apenas da de abril/2024 (241,4 mil toneladas). Como o atual ritmo diário de embarques está em 12,36 mil toneladas e restando três dias úteis para contabilizar para o mês, o volume total exportado em abril pode atingir 247 mil toneladas, o que, por sua vez, se caracterizaria como um recorde para o mês. Quanto ao preço, a média da pluma exportada está em 73,93 centavos de dólar por libra-peso nesta parcial de abril, recuos de 1,4% no comparativo mensal (75,00 centavos de dólar por libra-peso) e de 16,9% no anual (88,98 centavos de dólar por libra-peso).

Em moeda nacional, o valor recebido pela pluma exportada está em R$ 4,28 por libra-peso, superando em apenas 0,4% o praticado no mercado interno (R$ 4,26 por libra-peso). A cotação doméstica do algodão em pluma continua sendo sustentada pela posição firme de vendedores que ainda possuem lotes remanescentes da temporada 2023/2024. Além de atentos à recuperação dos preços internacionais, os produtores demonstram estar capitalizados e/ou adquirindo recurso com a venda de outros produtores, como a soja, ou até mesmo focados no cumprimento de contratos a termo. Logo, abril pode ser o terceiro mês consecutivo da alta no valor interno. Os compradores, com necessidade imediata, estão dispostos a pagar mais para novas aquisições, especialmente para a pluma de qualidade superior.

Já outra parcela das empresas está recuada, fazendo novas compras apenas quando encontram oportunidade de repor estoques, uma vez que estão atentas aos repasses para os manufaturados. No decorrer do mês, agentes estão com muita dificuldade em acordar preços e/ou qualidade no spot nacional, o que limita uma maior liquidez. O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, acumula alta de 2,72% em abril, cotado a R$ 4,33 por libra-peso. Especificamente, nos últimos sete dias, o Indicador registra alta de apenas 0,14%. Na parcial de abril/2025, a média está 1,2% acima da de março/2025, mas 0,78% inferior à média de abril/24, em termos reais (valores deflacionados pelo IGP-DI de março/2025).

Além disso, a média atual supera em 8,1% a paridade de exportação. Em dólar, a média mensal do Indicador à vista em abril é de 73,47 centavos de dólar por libra-peso, 11% maior que a do primeiro vencimento na Bolsa de Nova York, de 66,21 centavos de dólar por libra-peso, mas 6,1% abaixo da média do Índice Cotlook A, de 78,26 centavos de dólar por libra-peso. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 3,95 por libra-peso (70,10 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 3,96 por libra-peso (70,20 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente.

Na Bolsa de Nova York, os quatro primeiros contratos futuros registram queda na parcial de abril, mas encontram sustentação nos últimos sete dias, diante de rumores de um possível alívio nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China. De 31 de março a 28 de abril, o contrato Maio/2025 registra recuo de 0,67%, a 66,38 centavos de dólar por libra-peso; o contrato Julho/2025 tem baixa de 0,65%, a 67,55 centavos de dólar por libra-peso; para Outubro/2025, a retração é de 0,79%, a 69,29 centavos de dólar por libra-peso e, para Dezembro/2025, de -1,3%, a 69,01 centavos de dólar por libra-peso. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.