07/May/2025
Os preços do algodão em pluma seguem avançando no Brasil, tendo como suporte a posição firme de vendedores, a oferta limitada da temporada 2023/2024 e o bom ritmo de escoamento externo da fibra. Em abril, a cotação interna registrou a maior alta mensal desde o início de 2024, com os valores ultrapassando a casa dos R$ 4,40 por libra-peso no começo de maio, o maior patamar em dois anos. Nesse cenário, o preço nacional está operando acima da paridade de exportação e a vantagem vem se ampliando nos últimos dias. De 28 de abril a 5 de maio, a média do Indicador CEPEA/ESALQ superou em 12,6% a paridade de exportação. Em abril, a média nacional ficou 8,5% acima da paridade, sendo a maior vantagem mensal desde março/2023 (quando esteve em 12,1%).
Em abril/2025, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, acumulou aumento de 4,04%. Trata-se do terceiro mês consecutivo de alta, e a variação foi a mais expressiva desde fevereiro/2024, quando o avanço foi de 9,46%. No dia 2 de maio, especificamente, a cotação atingiu R$ 4,41 por libra-peso, o maior patamar nominal desde 11 de abril/2023 (R$ 4,46 por libra-peso). Nos últimos sete dias, o Indicador registra alta de 0,8%, cotado a R$ 4,36 por libra-peso. Do lado comprador, parte das empresas segue consumindo a matéria-prima já contratada e/ou de estoque, adquirindo o produto no mercado spot de forma pontual. Além disso, com o atual patamar da fibra, algumas indústrias estão cautelosas em novas compras e sinalizando possível dificuldade no repasse dos valores, diante do desempenho das vendas no varejo.
A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 3,81 por libra-peso (67,09 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 3,82 por libra-peso (67,28 por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, após consecutivas baixas nos quatro primeiros contratos, os futuros apresentam reação, impulsionados especialmente por recuperações técnicas. O contrato Maio/2025 apresenta avanço de 5,98% nos últimos sete dias, a 70,35 por libra-peso; o contrato Julho/2025 tem alta de 1,29%, a 68,42 por libra-peso; para Outubro/2025, a elevação é de 1,13%, a 70,07 por libra-peso, e, para Dezembro/2025, de 1,41%, a 69,98 por libra-peso. No campo, as lavouras estão se desenvolvendo de forma satisfatória, com clima favorável.
De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até o dia 3 de maio, 81,1% das lavouras brasileiras da safra 2024/2025 estavam em formação de maçãs; 16,7%, em maturação; 5,9%, em floração; e 2,2%, em floração. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indica que 21% das áreas previstas para o algodão no país haviam sido semeadas até o dia 4 de maio, contra 23% no mesmo período do ano anterior e 20% na média das últimas cinco safras. Dados divulgados no dia 1º de maio pelo Comitê Consultivo Internacional do Algodão (Icac) apontam a produção mundial da safra 2024/2025 em 25,829 milhões de toneladas, reajuste negativo de apenas 0,27% frente ao relatório de abril/2025, mas 7,09% superior à produção de 2023/2024.
O consumo mundial de algodão, por sua vez, ficou estável por mais um mês, podendo chegar em 25,527 milhões de toneladas, com elevação de 2,27% sobre o da safra 2023/2024 e 1,17% abaixo da oferta. No entanto, a exportação mundial teve queda significativa de 5,03% no comparativo mensal e baixa de 5,28% frente à temporada anterior, devendo somar 9,45 milhões de toneladas na 2024/2025. Essa retração está relacionada à menor demanda da China, país que, por sua vez, pode reduzir o consumo devido ao volume das reservas estatais, à disponibilidade interna e ao uso frequente das fibras artificiais. Quanto ao preço da temporada 2024/2025, a média do Índice Cotlook A deve ficar em 83,00 por libra-peso, variando de 79,00 por libra-peso a 88,00 por libra-peso. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.