27/May/2025

Segundo o Itaú BBA, o Brasil caminha para colher a maior safra de algodão dos últimos cinco anos, com produção estimada em 3,9 milhões de toneladas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No entanto, o excesso de chuvas registrado nas últimas semanas começa a levantar preocupações com a qualidade da pluma, especialmente nas lavouras plantadas no início da temporada. As chuvas recentes garantiram a formação das maçãs no ponteiro, mas também causaram apodrecimento no baixeiro, especialmente nas lavouras semeadas no início do calendário.

A umidade elevada pode afetar os capulhos já abertos, comprometendo a qualidade da fibra que chega ao mercado. Cerca de 70% das lavouras estão atualmente na fase de formação de maçãs, enquanto os outros 30% já avançaram para a maturação. A área plantada nesta safra aumentou 7% em relação ao ciclo anterior, movimento que ampliou o potencial produtivo. Apesar do bom volume previsto, os preços da pluma continuam pressionados no mercado internacional.

Na Bolsa de Nova York, após cinco meses de queda, o algodão subiu 0,6% em abril, para 66,05 centavos de dólar por libra-peso, e mais 2% na primeira metade de maio, chegando a 67,35 centavos de dólar por libra-peso. Mesmo assim, o valor ainda está 13,4% abaixo do registrado em maio do ano passado. A leve recuperação foi mais técnica do que estrutural. O mercado continua marcado por estoques globais elevados e menor apetite da China, principal compradora mundial de algodão.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estima que a produção chinesa recuará de 7 milhões de toneladas para 6,3 milhões de toneladas na safra 2025/2026, com produtividade voltando à média histórica. Nos Estados Unidos, o plantio chegou a 40% até 18 de maio, ritmo levemente abaixo da média dos últimos cinco anos (43%). A expectativa para a nova temporada é de queda de 11% na área plantada, com corte de 500 mil hectares. A relação de preços mais vantajosa para os grãos tem levado produtores norte-americanos a trocarem o algodão por outras culturas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.