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29/May/2025

Preço do algodão firme e baixa liquidez no mercado

Mesmo com suporte vindo da entressafra e da firmeza dos vendedores no mercado físico, os preços do algodão em pluma no Brasil operam dentro de um intervalo estreito desde meados de abril, entre R$ 4,30 e R$ 4,40 por libra-peso. A valorização externa observada na semana passada contribuiu para reforçar os valores pedidos pelos produtores, mas a liquidez permanece limitada. Os negócios estão concentrados em lotes remanescentes da temporada 2023/2024, com resistência de ambas as pontas na formação de preços e avanço dos contratos futuros para as safras 2024/2025 e 2025/2026. Na parcial de maio, o Indicador de preço de algodão em pluma Esalq/Cepea supera a paridade de exportação em 13,9%, mantendo a vantagem doméstica pelo segundo mês consecutivo.

A firmeza dos preços no mercado interno, no entanto, contrasta com o ritmo mais fraco dos embarques. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que, em 16 dias úteis de maio, foram exportadas 157,7 mil toneladas de algodão, volume 34% menor que o de abril e 31,2% abaixo de maio de 2024. A média diária embarcada está 9,8% inferior à do mesmo mês do ano passado. Na conversão para Reais, a pluma exportada em maio foi negociada a R$ 4,16 por libra-peso, valor 5,7% menor que a média interna. A diferença entre os preços pagos no exterior e no Brasil atinge o maior nível em dois anos. Em dólares, a cotação média do algodão exportado em maio está em 73,00 centavos de dólar por libra-peso, com recuos de 1,1% em relação a abril e de 17,7% frente ao mesmo mês de 2024.

No acumulado da safra 2024/2025, de agosto a maio, o País já exportou 2,54 milhões de toneladas, número apenas 5% inferior ao total embarcado em toda a temporada anterior. No exterior, a valorização do dólar reduz a competitividade das commodities norte-americanas, ao passo que o recuo do petróleo torna as fibras sintéticas mais atrativas, o que pode afetar negativamente a demanda por algodão natural. Ainda assim, há fatores de suporte no mercado internacional, diante do ritmo mais lento do plantio nos Estados Unidos. No campo, a colheita da nova safra brasileira avança com atenção voltada à qualidade da fibra. Conforme o Itaú BBA, o excesso de chuvas nas últimas semanas levantou preocupações, sobretudo nas lavouras plantadas mais cedo.

A umidade elevada tem causado apodrecimento de capulhos no baixeiro, apesar de ter favorecido a formação das maçãs nos ponteiros. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), cerca de 70% das lavouras estão em fase de formação de maçãs, e os demais 30% já evoluíram para maturação. A projeção da Conab aponta para a maior produção de algodão do País desde 2020, estimada em 3,9 milhões de toneladas, com crescimento de 7% na área plantada e leve ajuste positivo na produtividade. A Bahia, principal Estado produtor, concentra o maior avanço, com alta anual de 18,1% na produção, mesmo com leve recuo na produtividade média. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.