18/Jun/2025
Aos poucos, as primeiras áreas de algodão da nova safra 2024/2025 começam a ser colhidas no Brasil, e a expectativa é de produção recorde. Enquanto isso, no spot nacional, as negociações seguem lentas e os preços, estáveis. Nos Estados Unidos, o clima tem favorecido o desenvolvimento das lavouras, mas agentes seguem atentos e incertos quanto aos possíveis impactos dos conflitos comerciais entre o país norte-americano e a China. Diante disso, verificam-se quedas nos preços externos da pluma. O dólar tem se desvalorizado frente ao Real, o que, somado aos recuos nas cotações internacionais, pressiona a paridade de exportação e, consequentemente, afasta os vendedores domésticos de novos negócios, mesmo diante da entrada da nova safra.
Os compradores, por sua vez, ficam ativos no spot apenas quando há necessidade mais urgente de renovar estoques. O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra leve recuo de 0,94% nos últimos sete dias, cotado a R$ 4,36 por liba-peso. Na parcial de junho, o Indicador acumula queda de 1,21%. A média mensal do Indicador, de R$ 4,38 por libra-peso, está 15,8% acima da paridade de exportação. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 3,71 por libra-peso (67,53 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 3,72 por libra-peso (67,72 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook, referente à pluma posta no Extremo Oriente.
Na Bolsa de Nova York, os quatro primeiros contratos são pressionados pela expectativa de clima favorável às lavouras norte-americanas e pelos momentos de enfraquecimento no valor do petróleo. O contrato Julho/2025 registra desvalorização de 0,83% nos últimos sete dias, a 65,44 centavos de dólar por libra-peso; o contrato Outubro/2025 tem recuo de 0,9%, a 66,30 centavos de dólar por libra-peso, e o Dezembro/2025 apresenta retração de 0,48%, a 68,02 centavos de dólar por libra-peso. O vencimento Março/2026 tem baixa de 0,73% nos últimos sete dias, indo para 69,21 centavos de dólar por libra-peso. Em relatório divulgado no dia 12 de junho, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontou novos reajustes positivos na produção nacional de pluma da safra 2024/2025, de 0,2% frente aos dados de maio/2025 e de 5,7% em comparação à temporada 2023/2024, podendo chegar a 3,913 milhões de toneladas.
A área cultivada é estimada em 2,082 milhões de hectares, retração de 0,1% no comparativo mensal, mas alta de 7,1% com relação à safra anterior. A produtividade nacional, por sua vez, está prevista para cair 1,2% sobre a temporada 2023/2024, indo para 1.880 Kg por hectare, mas a Conab fez um reajuste positivo de 0,31% frente ao relatório de maio. No campo, ainda segundo a Conab, 80,7% das lavouras brasileiras da safra 2024/2025 estavam em maturação até o dia 14 de junho; 16,5%, em formação de maçãs; e 2,8% já foram colhidas. De acordo com as estimativas divulgadas no dia 12 de junho pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a produção mundial de algodão da safra 2025/2926 pode chegar em 25,472 milhões de toneladas, recuos de 0,7% em relação ao mês anterior e de 2,4% frente à temporada 2024/2025.
Para o Brasil, especificamente, a estimativa continua apontando produção próxima das 4 milhões de toneladas, com aumento de 7,4% sobre a safra anterior. O consumo mundial, por sua vez, foi projetado em 25,638 milhões de toneladas, 1% superior ao da safra anterior, mas recuo de 0,3% frente ao relatório de maio. Dessa forma, o consumo deve ficar apenas 0,65% acima da oferta na temporada 2025/2026. Para as transações mundiais, são estimadas exportações de 9,751 milhões de toneladas na safra 2025/2026, elevação de 5,1% em relação à temporada anterior e reajuste negativo de apenas 0,1% frente à estimativa de maio. O Brasil deve continuar na liderança das exportações, com 3,113 milhões de toneladas previstas pelo USDA, 10% a mais que o volume enviado na temporada 2024/2025, e avanço de 2,1% em relação ao relatório anterior.
Os embarques dos Estados Unidos devem crescer 8,7%, chegando a 2,722 milhões de toneladas na safra 2025/2026. O estoque mundial é estimado em 16,721 milhões de toneladas na temporada 2025/2026, recuo de 2% sobre ao relatório anterior e diminuição de 0,6% sobre a safra anterior. O destaque fica para os Estados Unidos, que tiveram seus estoques reajustados, de 1,132 milhão de toneladas para 936 mil toneladas (-17,3%) no comparativo mensal; em relação à safra 2024/2025, houve queda de 2,3%. Quanto aos preços, o valor médio pago ao produtor norte-americano na safra 2025/2026 está estimado em US$ 62,00 centavos de dólar por libra-peso, contra 63,00 centavos de dólar por libra-peso da temporada 2024/2025 (-1,59%). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.