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20/Jun/2025

Previsão de margens mais apertadas em 2024/2025

O início da colheita da safra 2024/2025 de algodão no Brasil ocorre em meio a um cenário de ampla oferta, queda do dólar e retração dos preços internacionais. A combinação desses fatores tem pressionado a paridade de exportação e limitado os negócios no mercado doméstico, enquanto produtores enfrentam a perspectiva de margens menores mesmo com produção recorde. Seria melhor se o dólar estivesse mais próximo de R$ 6,00. A competitividade do Brasil acaba diminuindo. Apesar da alta produtividade nacional, o cenário cambial compromete a rentabilidade dos exportadores. É um problema de precificação. Como o exportador consegue pagar menos por esse dólar, o mercado fica mais travado. No mercado físico, o Indicador do algodão Cepea/Esalq, com pagamento em 8 dias, acumula baixa de 3,22% na parcial de junho. A média mensal está em R$ 4,38 por libra-peso, 15,8% acima da paridade de exportação, calculada em R$ 3,71 por libra-peso para o Porto de Santos (SP) e em R$ 3,72 por libra-peso no Porto de Paranaguá (PR).

A recente desvalorização do dólar frente ao Real tem sido o principal fator de pressão sobre a paridade. A combinação de câmbio mais fraco e preços internacionais estáveis reduziu o interesse de venda no mercado brasileiro, mesmo com a entrada da nova safra. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), 85% da área prevista para a safra norte-americana já havia sido plantada até o dia 15 de junho, abaixo dos 89% de um ano antes e dos 90% da média de cinco anos. A qualidade das lavouras também recuou: 48% estavam em condições boas ou excelentes, contra 54% no mesmo período de 2024. O mercado de algodão está um pouco mais difícil no curtíssimo prazo porque os estoques estão altos. O excesso de oferta das safras 2024 e 2025 tem dado tranquilidade ao mercado para operar de forma "lateralizada", limitando movimentos mais expressivos de preços.

No Brasil, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) elevou em junho a estimativa de produção nacional para 3,913 milhões de toneladas de pluma, alta de 5,7% em relação à safra 2023/2024. A área cultivada é projetada em 2,082 milhões de hectares, avanço de 7,1% sobre o ciclo anterior. A produtividade média foi revisada para 1.880 quilos por hectare, queda de 1,2% frente à temporada passada. Segundo a Conab, até 14 de junho, 2,8% da área plantada já havia sido colhida, com 80,7% das lavouras em maturação e 16,5% na fase de formação de maçãs. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) projeta produção global de 25,472 milhões de toneladas em 2025/2026, recuo de 2,4% ante a temporada anterior. O consumo mundial deve alcançar 25,638 milhões de toneladas, superando a oferta pela primeira vez em três anos. As exportações globais são estimadas em 9,751 milhões de toneladas, aumento de 5,1% sobre o ciclo 2024/2025.

O Brasil deve liderar os embarques, com previsão de 3,113 milhões de toneladas estimadas pelo USDA, alta de 10% em relação ao volume exportado na temporada anterior. Os estoques mundiais devem encerrar a próxima safra em 16,721 milhões de toneladas, queda de 0,6% sobre o ciclo anterior. Nos Estados Unidos, os estoques finais foram revisados para baixo em 17,3%, para 936 mil toneladas, sinalizando maior equilíbrio entre oferta e demanda no principal concorrente do Brasil. As tensões geopolíticas no Oriente Médio e a consequente valorização do petróleo podem trazer algum suporte aos preços do algodão. É comum, em momentos de sustentação de preços de petróleo, principalmente quando é um movimento mais continuado, que o algodão suba também. A relação se deve à competição entre fibras naturais e sintéticas derivadas do petróleo. No entanto, o excesso de oferta e o câmbio desfavorável seguem como os principais limitadores para uma recuperação das cotações no Brasil no curto prazo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.