02/Jul/2025

Em junho, os valores do algodão em pluma recuaram com certa força, pressionados pelas desvalorizações externa e do dólar (ambos reduzem a paridade de exportação) observadas na maior parte do mês. Na última semana de junho, especificamente, os preços externos reagiram, devido ao avanço no valor do petróleo, mas o movimento de queda no Brasil foi mantido, influenciado pela pressão de compradores e pela maior flexibilidade de vendedores. Entre 30 de maio e 30 de junho, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, acumulou baixa de 6,16%, fechando a R$ 4,14 por libra-peso no dia 30 de junho, o menor valor nominal desde dia 17 de fevereiro de 2025 (R$ 4,11 por libra-peso). Especificamente nos últimos sete dias, o Indicador registra queda de 0,48%.

Em junho/2025, a média de R$ 4,29 por libra-peso ficou 2,4% abaixo da média de maio/2025, mas 9,1% superior à média de junho/2024, em termos nominais. Em dólar, a média mensal de junho do Indicador à vista foi de 77,12 centavos de dólar por libra-peso, 17,5% maior que a do primeiro vencimento na Bolsa de Nova York, de 65,61 centavos de dólar por libra-peso, mas apenas 1,3% abaixo do Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente, de 78,14 centavos de dólar por libra-peso. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) cedeu 2,7% entre 30 de maio e 30 de junho, passando para R$ 3,75 por libra-peso (69,15 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e para R$ 3,76 por libra-peso (69,35 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base o Índice Cotlook, referente à pluma posta no Extremo Oriente.

Na Bolsa de Nova York, de 30 de maio a 30 de junho, o contrato Julho/2025 se valorizou 1,88%, a 66,28 centavos de dólar por libra-peso no dia 30 de junho; o contrato Outubro/2025 avançou apenas 0,36%, a 67,68 centavos de dólar por libra-peso; e o Dezembro/2025 teve elevação de 0,56%, a 68,13 centavos de dólar por libra-peso. O vencimento Março/2026 subiu 0,35%, indo para 69,46 centavos de dólar por libra-peso. Dados divulgados no dia 1º de julho pelo Comitê Consultivo Internacional do Algodão (Icac) estimam a área de algodão no mundo em 31,3 milhões de hectares na safra 2025/2026, com produtividade média de 827 Kg por hectare. Assim, a produção mundial deve somar 25,899 milhões de toneladas, com reajuste negativo de 0,51% frente aos dados de junho e 0,15% acima dos da temporada anterior.

O consumo mundial de algodão, por sua vez, pode chegar em 25,566 milhões de toneladas, com retração de 0,07% sobre o da safra 2024/25, sendo 0,49% abaixo dos dados do relatório do mês anterior e 1,3% menor que a oferta. A exportação mundial teve aumento 3,42% frente à temporada anterior, devendo somar 9,656 milhões de toneladas na 2025/2026, com retração de apenas 0,01% frente ao mês anterior. Nesse cenário, o estoque é projetado em 16,294 milhões de toneladas, 1,58% superior ao da temporada 2024/2025. Quanto ao preço da temporada 2025/2026, o Icac aponta que pode ser de 55,00 a 94,00 centavos de dólar por libra-peso, com média a do Índice Cotlook A de 72,00 centavos de dólar por libra-peso. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.