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04/Jul/2025

Preços limitados pelos estoques globais elevados

Segundo o Itaú BBA, os preços do algodão devem enfrentar limitações para valorizações expressivas na safra 2025/2026, mesmo com o Brasil sendo o único entre os quatro maiores produtores globais a ampliar a oferta da pluma, mas com safra suficiente para manter os estoques mundiais em níveis elevados. Os estoques mundiais permanecerão elevados, funcionando como freio para as cotações. Os estoques esperados para a safra 2025/2026 seriam o segundo maior desde a pandemia, ou seja, ainda em patamares elevados. Essa condição de estoques confortáveis, combinada com o petróleo que não inspira grandes reações de preço, acaba colocando um freio bastante importante para os preços do algodão. Entre os principais produtores mundiais, apenas o Brasil deve apresentar crescimento da produção da pluma na próxima temporada. Os Estados Unidos plantaram muito menos algodão este ano. A safra não está exuberante, mas vai indo bem.

A redução de área norte-americana também tem relação direta com os preços do mercado. Na China e na Índia, as perspectivas também indicam redução da área plantada. Com essa configuração, a oferta global tende a cair um pouco, enquanto o consumo pode apresentar um crescimento tímido. No entanto, há incertezas sobre a demanda diante do cenário econômico. O algodão tem uma forte correlação com o PIB, com o crescimento econômico. Essa variável é uma incógnita para o mercado. No Brasil, a área de algodão cresceu em um ritmo bastante forte, sobretudo nas últimas quatro safras. Em determinado período, houve migração de área do milho para o algodão, motivada pela relação de preços. Na safra 2024/2025, parte dessa área retornou ao milho, mas o algodão ainda sustentou crescimento relevante. Para a próxima temporada, a tendência é de desaceleração dessa expansão, principalmente por causa do impacto dos custos. O algodão é uma cultura extremamente exigente de fertilidade, e cerca de 40% a 45% do custo do algodão é com fertilizante.

A alta dos fertilizantes representa um impacto bastante importante na formação do custo do algodão. Na safra atual, os produtores brasileiros foram beneficiados por fatores além da produtividade elevada. A colheita está em andamento e o desenvolvimento foi espetacular para o algodão. Um elemento que contribuiu para a margem foi a valorização expressiva do caroço de algodão, que entra na composição da margem do produtor. Além dos níveis de produtividade altos, o caroço de algodão favoreceu a formação da margem do produtor. Para 2025/2026, porém, a expectativa é diferente. Com a possibilidade de nova safra recorde no Brasil, a maior oferta tende a pressionar os preços. Esses preços devem devolver uma parte dessa alta. O andamento da safra norte-americana será decisivo para o ritmo do mercado internacional. Mesmo assim, o cenário atual de estoques elevados, custos crescentes no Brasil e expectativa de grande produção configura um ambiente em que os preços devem continuar contidos, exigindo maior eficiência dos produtores para preservar a rentabilidade. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.