08/Oct/2025
Os valores externos e internos da pluma estão em queda. No começo desta semana, a paridade de exportação chegou ao menor patamar nominal desde a primeira quinzena de dezembro de 2020, o que resultou em pressão sobre os valores no Brasil. No dia 3 de outubro, o preço doméstico foi o mais baixo em mais de dois anos. O cenário é de estoques globais elevados. Nos Estados Unidos, embora a oferta desta temporada seja menor, as exportações em ritmo bastante lento mantêm os valores norte-americanos enfraquecidos. Na Ásia, o Índice Cotlook A registrou o nível mais baixo desde o fim de abril. No Brasil, a desvalorização do dólar (que recuou ao menor patamar desde meados de 2024) reforça a queda da paridade de exportação, e a oferta de uma colheita recorde começa a ser disponibilizada, gradualmente, com mais intensidade no spot.
A paridade de exportação é de R$ 3,52 por libra-peso (66,28 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 3,53 por libra-peso (66,48 por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, o vencimento Outubro/2025 registra recuo de 0,98% nos últimos sete dias, a 62,70 por libra-peso; Dezembro/2025, 0,55%, a 65,14 por libra-peso; Março/2026, 0,52%, a 67,09 por libra-peso; e Maio/2026, 0,49%, a 68,43 por libra-peso. No mercado brasileiro, parte dos vendedores tem reduzido os preços, visando fechar negócios e “fazer caixa” e/ou liquidar volumes específicos, mas a demanda segue contida. Ainda assim, muitos agentes permanecem focados no cumprimento de contratos a termo, o que reduz a presença das indústrias no mercado spot.
O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra baixa de 1,13% nos últimos sete dias, cotado a R$ 3,59 por libra-peso. No dia 3 de outubro, o Indicador fechou a R$ 3,58 por libra-peso, o menor nominal desde 3 de julho de 2023 (R$ 3,58 por libra-peso). Na parcial de outubro, o Indicador acumula queda de 1,57%. O Comitê Consultivo Internacional do Algodão (Icac) estima que a área mundial cultivada em 2025/2026 alcance 30,4 milhões de hectares, redução de 1,28% frente ao mês anterior e de 0,89% em relação à safra passada. A produtividade, por outro lado, deve crescer 1,5% frente à safra anterior, para 836,28 Kg por hectare, resultando em produção global de 25,439 milhões de toneladas (+0,6% ante 2024/2025).
O consumo mundial é projetado em 25,394 milhões de toneladas; as exportações, em 9,788 milhões de toneladas (+3,73% frente à safra anterior); e os estoques finais, em 15,379 milhões de toneladas, sendo este volume 7,35% abaixo do estimado no mês anterior, mas ainda 0,15% acima do registrado em 2024/2025. Nos Estados Unidos, a menor área cultivada e a redução da produtividade devem levar a produção a 2,879 milhões de toneladas (-8,25% se comparado a safra 2024/2025) em 2025/2026. As exportações devem somar 2,613 milhões de toneladas (-3,22% de uma temporada para a outra), e os estoques finais podem atingir 713,87 mil toneladas, aumento de 12,62% frente a safra anterior. Ainda assim, o menor volume desde 2013/2014, quando totalizaram 575,22 mil toneladas. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.