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09/Oct/2025

Preços operam no menor patamar em mais de 2 anos

O mercado de algodão no Brasil opera nos menores patamares em mais de dois anos, pressionado pela entrada da safra recorde e pela menor paridade de exportação. Segundo a StoneX, o momento é de entrada da safra brasileira no mercado. O Brasil terminou de colher faz algumas semanas, só que esse algodão precisa ser beneficiado. Então, está entrando com um pouco mais de força e as exportações começam a ganhar ritmo, conforme esperado dentro da sazonalidade. Problemas localizados de qualidade na safra brasileira têm ampliado o desconto do algodão nacional, pressionando ainda mais os preços internos. A paridade de exportação atingiu, no dia 6 de outubro, o patamar mais baixo desde a primeira quinzena de dezembro de 2020.

A paridade FAS (Free Alongside Ship) registra recuo de 1,8% nos últimos sete dias, para R$ 3,52 por libra-peso no Porto de Santos (SP) e R$ 3,53 por libra-peso no Porto de Paranaguá (PR). A queda refletiu o recuo de 1,61% do Índice Cotlook A, para 76,45 centavos de dólar por libra-peso, e a desvalorização de 0,13% do dólar frente ao Real. Parte dos vendedores tem reduzido preços para fechar negócios e fazer caixa, mas a demanda segue contida. Muitos agentes permanecem focados no cumprimento de contratos a termo, reduzindo a presença das indústrias no mercado spot. As exportações brasileiras mantiveram ritmo firme em setembro.

Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que o Brasil exportou 178,81 mil toneladas no mês passado, alta de 5,47% sobre setembro de 2024. No acumulado de janeiro a setembro, o País embarcou 1,926 milhão de toneladas, aumento de 2,67% ante igual período do ano anterior. No mercado externo, há falta de clareza em torno da safra dos Estados Unidos. Durante o shutdown, não estão sendo divulgados sobre a safra e as exportações norte-americanas. O mercado está cauteloso. Na Bolsa de Nova York, o algodão opera abaixo de 65,00 centavos de dólar por libra-peso, patamar que era uma resistência bastante significativa.

O cenário global é marcado por estoques elevados e exportações norte-americanas lentas. O Comitê Consultivo Internacional do Algodão (Icac) estima produção mundial de 25,439 milhões de toneladas em 2025/2026, alta de 0,6% sobre a safra anterior. O consumo global é projetado em 25,394 milhões de toneladas, e os estoques finais em 15,379 milhões de toneladas, volume 0,15% acima do registrado em 2024/2025. Nos Estados Unidos, a produção deve alcançar 2,879 milhões de toneladas, recuo de 8,25% em comparação à safra 2024/2025. As exportações devem somar 2,613 milhões de toneladas, queda de 3,22%, e os estoques finais podem atingir 713,87 mil toneladas, o menor volume desde 2013/2014.

A indústria têxtil brasileira apresentou sinais mistos em agosto. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a produção do setor de fabricação de produtos têxteis cresceu 7,2% na comparação anual. O destaque foi a tecelagem, com exceção de vestuário, que apresentou expansão de 28,4% no comparativo anual. No subproduto, observa-se demanda maior por caroço de algodão nos últimos dias, mas divergências de preço entre as pontas limitam a liquide. Os vendedores mantêm pedidos firmes e compradores com necessidade imediata acabam cedendo para fechar negócios. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.