29/Oct/2025
A expectativa de maior oferta de algodão em pluma, o avanço no beneficiamento da safra 2024/2025 e a pressão exercida por compradores seguem resultando em quedas nos preços de negociação no Brasil. No mercado externo, os valores da pluma também operam em baixos patamares, o que dificulta uma reação doméstica. O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra recuou de 2,83% nos últimos sete dias, cotado a R$ 3,43 por libra-peso, o menor valor nominal desde o dia 13 de outubro de 2020 (R$ 3,37 por libra-peso). Na parcial de outubro, o Indicador acumula queda de 6,06%. Assim, o Indicador está, em média, 0,9% abaixo da paridade de exportação. Nesse cenário, muitos agentes estão afastados do mercado, esperando momentos mais atrativos para negociar, atentos apenas ao carregamento dos contratos a termo. Os vendedores com necessidade de capitalização e/ou de liquidar lotes acabam sendo mais flexíveis nos valores, enquanto alguns compradores ofertam cotações ainda menores.
Dados da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) mostram que, até 23 de outubro, o beneficiamento da safra 2024/2025 atingia 62,95% no País. Em Mato Grosso, o percentual era de 55,43%, e, na Bahia, de 84%. De acordo com dados da Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM), até o dia 28 de outubro, os contratos envolvendo a pluma da safra 2024/2025 somavam 1,06 milhão de toneladas, o que representa 26% da produção nacional estimada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Desse volume, 555,2 mil toneladas são destinadas ao mercado interno; 396 mil toneladas, para exportação e 109,2 mil toneladas para contratos flex. Para a safra 2025/2026, ao menos 508,5 mil toneladas já foram comercializadas, representando 13% da safra estimada pela Conab, sendo 45% para exportação; 42%, ao mercado interno; e 13%, a contratos flex.
Em Mato Grosso, o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) aponta que 69,97% da temporada 2024/2025 foi comercializada, contra 76,69% no mesmo período do ano anterior e abaixo da média das últimas cinco safras (80,75%). A paridade de exportação (FAS) é de R$ 3,51 por libra-peso (65,50 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 3,52 por libra-peso (65,69 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, os contratos seguem encontrando suporte especialmente na valorização do petróleo. O vencimento Dezembro/2025 tem avanço de 0,62% nos últimos sete dias, para 64,56 centavos de dólar por libra-peso; Março/2026, 0,46% para 66,07 centavos de dólar por libra-peso; Maio/2026, 0,43% para 67,30 centavos de dólar por libra-peso; e Julho/2026, 0,43% para 68,45 centavos de dólar por libra-peso. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.