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30/Oct/2025

Preços do algodão seguirão pressionados em 2026

Segundo o Rabobank, os preços do algodão no Brasil acumulam queda pelo quinto mês consecutivo e devem permanecer sob pressão em 2026, apesar de o País consolidar a liderança nas exportações mundiais da pluma. A combinação de oferta elevada, consumo global estagnado e maior competitividade das fibras sintéticas deve manter as cotações em baixos níveis nos próximos meses. Isso traz um tom mais baixista, principalmente com a oferta da safra 2024/2025 praticamente consolidada. O banco projeta produção de 4 milhões de toneladas de pluma na safra 2025/2026, abaixo do recorde de 4,1 milhões de toneladas colhido no ciclo anterior. A área cultivada deve crescer 2,5% e atingir 2,1 milhões de hectares, o maior nível em 37 anos. Apesar da queda nos preços, os produtores continuam ampliando a área plantada porque os investimentos realizados desde 2021 reduzem a margem de manobra para mudar de cultura no curto prazo.

O produtor de algodão não tem muita flexibilidade para reduzir essa área plantada, principalmente pelos elevados investimentos que a gente observou desde 2021, tanto na aquisição de máquinas agrícolas quanto na expansão da área e nos investimentos das algodoeiras. O custo de produção do algodão é significativamente maior do que o de soja e milho, mas a estrutura montada nos últimos anos limita a migração para outras culturas. O Brasil deve responder por 31% das exportações globais de algodão em 2025/2026, ultrapassando os Estados Unidos, que ficarão com 28% de participação. A inversão de posições é significativa: em 2018, os norte-americanos detinham 39% do comércio mundial, enquanto o Brasil representava apenas 10%. A consolidação da liderança brasileira ocorreu mesmo com a maior parte da produção nacional realizada em áreas de sequeiro, sem irrigação.

Apesar do avanço brasileiro no mercado externo, o cenário global é desfavorável para os preços. O consumo mundial de algodão permanece estável em torno de 25 milhões de toneladas por safra há pelo menos uma década, sem perspectiva de crescimento significativo. A China, maior produtora e consumidora global, deve colher safra maior em 2025/2026, o que pode reduzir as importações do país asiático e diminuir a demanda internacional pela fibra. Outro fator que pressiona os preços é a queda de 15% no valor do petróleo entre outubro de 2024 e outubro de 2025. A redução no custo da commodity energética torna a fibra sintética mais competitiva em relação à pluma natural, limitando o espaço para valorização do algodão. Isso tende a aumentar a competitividade da fibra sintética e reduzir a competitividade da fibra natural. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.