ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

13/Nov/2025

Preço do algodão em baixa e comercialização lenta

O mercado brasileiro de algodão iniciou novembro em movimentos opostos. As exportações seguem em ritmo recorde e apontam para um novo marco histórico em 2025, enquanto os preços no mercado interno permanecem pressionados pela concorrência internacional e pela diferença de remuneração entre o mercado doméstico e o externo. No mercado interno, o Indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, com pagamento em 8 dias, acumula recuo de 2,02% no mês. A média móvel dos últimos três indicadores registra R$ 3,42 por libra-peso. O desacordo quanto ao preço e à qualidade dos lotes disponíveis tem limitado a liquidez no mercado interno, embora compradores busquem garantir matéria-prima para entrega nos próximos meses ou até mesmo para a temporada 2025/2026. As exportações brasileiras de algodão totalizaram 293,93 mil toneladas em outubro, aumento de 64,4% em relação a setembro e de 4,6% na comparação anual, conforme a Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

O volume foi o maior já registrado para o mês e o segundo mais alto de 2025, atrás apenas de janeiro. Na parcial do ano até a primeira semana de novembro, os embarques somam 2,326 milhões de toneladas, superando todos os anos anteriores, exceto 2024, quando atingiram 2,77 milhões de toneladas. Mantido o atual ritmo, o País tende a estabelecer um novo recorde anual. Os principais destinos da pluma brasileira foram China (23,1%), Índia (23%), Bangladesh (14,3%), Vietnã (12,4%), Paquistão (7,9%), Turquia (7,8%) e Indonésia (4,7%), além de outros dez mercados, que responderam por 6,9% das vendas. A pluma exportada foi negociada, em média, a 73,60 centavos de dólar por libra-peso, com leve retração de 0,16% frente a setembro. Em moeda nacional, o valor médio foi de R$ 3,96 por libra-peso, 12,71% acima do preço doméstico (R$ 3,51 por libra-peso), a maior vantagem desde dezembro de 2024, quando a diferença chegou a 17%.

Na primeira semana de novembro, os embarques alcançaram 154,85 mil toneladas, com média diária de 30,97 mil toneladas. Se esse ritmo for mantido, o mês pode encerrar com 600 mil toneladas exportadas, o maior volume mensal da série histórica da Secex. Nos últimos 12 meses, o Brasil exportou 2,82 milhões de toneladas, sendo 2,17 milhões entre janeiro e outubro de 2025. Em Mato Grosso, principal Estado produtor, a comercialização da safra 2024/2025 chegou a 71,97% da produção estimada em outubro, avanço mensal de 2,02%, segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea). O ritmo é 10,68% inferior à média dos últimos cinco anos, com o preço médio de R$ 123,14 por arroba, queda de 3,06% em relação a setembro. Para a safra 2025/2026, as vendas atingiram 35,27% da produção estimada, alta de 3,39% no mês, mas produtores seguem cautelosos diante da continuidade da queda nas cotações e dos custos de produção elevados. O preço médio foi de R$ 125,78 por arroba, recuo de 1,88% na comparação mensal.

No cenário internacional, os contratos futuros de algodão na Bolsa de Nova York encerraram esta quarta-feira (12/11) em queda, acompanhando o recuo do petróleo, que reduz o custo das fibras sintéticas e aumenta a competição com a pluma natural. O vencimento março/2026 caiu 57 pontos (0,87%), para 64,81 centavos de dólar por libra-peso, enquanto o dezembro/2025 recuou 2,09% na semana, a 64,31 centavos de dólar por libra-peso. A paridade de exportação (FAS), que indica o valor recebido pelo exportador pela mercadoria entregue no porto, antes do embarque e sem incluir custos de frete e seguro, recuou 1,73% nos últimos sete dias, ficando em R$ 3,48 por libra-peso no Porto de Santos e R$ 3,49 por libra-peso no Porto de Paranaguá. O movimento refletiu a queda do dólar e a baixa de 0,78% do Índice Cotlook A, referência global, que encerrou o período a 75,85 centavos de dólar por libra-peso. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.